GLP terá seu terceiro parque logístico em Guarulhos
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A GLP, um dos maiores players de logística do mundo, está dando início às obras de um novo condomínio de galpões em Guarulhos, num terreno comprado da família Klabin há dois anos.
O empreendimento de alto padrão terá 252 mil metros quadrados e faz parte do ciclo de investimentos que a GLP anunciou para o Brasil em meados do ano passado, de R$ 2,1 bilhões até 2026. A estratégia é justamente crescer em lugares próximos de São Paulo, o maior mercado consumidor do País.
Este será o terceiro parque logístico da GLP em Guarulhos, onde a empresa já tem uma presença relevante. Os outros dois têm 500 mil m² e 426 mil m². Na soma dos três, a GLP terá 1,178 milhão de m² na cidade.
A obra do terceiro condomínio só não começou antes porque o terreno tinha algumas dificuldades de terraplanagem. A previsão é que todas as naves fiquem prontas ao longo de 2026.
Em negociações com possíveis inquilinos, a GLP está pedindo R$ 43 por metro quadrado no aluguel mensal, acima da média de R$ 33 para empreendimentos de alto padrão na região, segundo dados da consultoria Erea Galpões.
Para Clarisse Etcheverry, a fundadora da Erea, a GLP está se antecipando à tendência de aumento de preços que o aquecido mercado de Guarulhos deve experimentar em 2025, provavelmente rompendo a barreira dos R$ 40 na média.
Clarisse lembra que Guarulhos, além de estar perto da cidade de São Paulo (colada na zona leste), tem a vantagem de ser cortada pela Dutra e abrigar ela própria um grande mercado consumidor, o segundo maior do estado.
“Trata-se de uma região originalmente industrial, com infraestrutura de energia, mão de obra e transporte público, preparada para receber qualquer atividade operacional,” ela disse ao Metro Quadrado.
O estoque atual de condomínios logísticos de alto padrão na cidade é de 1,9 milhão de m². Pelos projetos previstos, serão mais 346 mil m² em 2025 e mais 823 mil m² em 2026.
A dúvida é se o inquilino vai seguir topando o avanço de preços por muito tempo, uma vez que a oferta vai estar aumentando e a economia tende a desacelerar em 2025, freada pelos juros altos.
Se todos os projetos forem entregues até 2026 e o mercado operar na média de absorção líquida dos últimos três anos, a taxa de vacância no alto padrão subiria de 5,2% para 9,5% em 2025 e 20% em 2026.
“Mas a tendência é que o mercado se autorregule e acabe desacelerando as entregas”, disse Clarisse. Ela acredita que a própria GLP pode controlar esse risco retardando a construção das três naves do novo empreendimento.
Ainda que o mercado piore, a própria cidade de Guarulhos mitiga o risco para o proprietário pela liquidez que oferece, dado que há escassez de terrenos e competição com áreas urbanas.
Para o inquilino, mesmo com o preço mais alto é possível que a conta continue fazendo sentido, para manter a operação perto de um consumidor cada vez mais exigente – uma tese que tem se sobreposto à lógica tributária que por anos levou empresas para Extrema.