Os principais destinos de galpões – para além de Guarulhos, Cajamar e Extrema

Guarulhos, Cajamar e Extrema seguem liderando com folga as locações de galpões no Brasil.
Mas outras cidades do País, quase todas no Sudeste, têm ganhado destaque nos últimos meses, segundo um levantamento da Binswanger Brazil feito a pedido do Metro Quadrado.
Entre as regiões que mais registraram locações nos últimos 12 meses, Jundiaí desponta como a primeira depois do trio dominante, atraindo galpões que ficaram sem espaço em Guarulhos.
Confira a seguir a lista:
1º lugar – Guarulhos: 481,8 mil m² locados
Conhecida como a “Faria Lima dos galpões”, a cidade desponta como a principal do mercado logístico do País graças à proximidade com São Paulo, o aeroporto de Guarulhos – maior terminal de carga do Brasil – e o eixo da Rodovia Dutra, que liga a capital paulista ao Rio de Janeiro.
“É onde boa parte das empresas querem estar e, por conta dessa demanda, é uma região muito desejada pelos investidores,” disse Simone Santos, sócia-diretora da Binswanger. GLP e Brookfield estão entre os proprietários que atuam na região.
2º lugar – Cajamar: 418,4 mil m² locados
A região, que inclui também as cidades de Franco da Rocha e Caieiras, é um eixo mais recente do mercado logístico, desbravado a partir do início dos anos 2010.
Apesar do histórico menor, o polo cresceu rapidamente em termos de volume de estoque graças à disponibilidade de grandes terrenos para a construção de parques logísticos e à proximidade com a capital paulista.
Essas características atraem principalmente players do ecommerce. O maior centro de distribuição do Mercado Livre, por exemplo, fica em Cajamar.
3º lugar – Extrema: 333,4 mil m² locados
A região de Extrema fica em Minas Gerais, mas seu crescimento foi impulsionado por empresas que atendem o mercado paulista, atraídas pelos incentivos fiscais.
Mesmo com a reforma tributária, que equalizará a carga tributária com outras regiões do País, a diretora da Binswanger acredita que o nível de ocupação da praça deve seguir elevado.
“É um hub logístico consolidado, com um estoque de galpões modernos e com infraestrutura no nível que as grandes empresas precisam e gostam de estar.”
4º lugar – Jundiaí: 321,7 mil m² locados
Jundiaí foi uma das primeiras regiões do País a ter empreendimentos logísticos do tipo condomínio, mas foi duramente atingida pela crise que afetou o mercado entre os anos de 2014 e 2016, registrando altos níveis de vacância e queda brusca nos preços.
A retomada aconteceu recentemente, após o recuo na disponibilidade de áreas em praças mais consolidadas e de preços mais elevados, como Guarulhos e Cajamar.
Com isso, a região passou a atrair principalmente nomes das indústrias de bens de consumo, automotiva, de alimentos, bebidas e tabaco.
5º lugar – Região Metropolitana de Belo Horizonte: 307,9 mil m² locados
Com uma demanda concentrada principalmente em empresas de transporte e logística, tecnologia e bens de consumo, a região metropolitana de BH registrou duas das três principais locações do último trimestre.
Entre as cidades que formam a área, três das mais procuradas para locação de galpões são Betim, Contagem e Ribeirão das Neves.
6º lugar – Embu das Artes: 213,3 mil m² locados
Parte da região metropolitana de São Paulo, a praça está inserida no raio 30 da capital paulista e tem um estoque de ativos mais novos, o que atrai também companhias em busca de plantas modernas.
Um exemplo recente é o da Dengo, que escolheu a região para levar para lá não só sua operação logística, mas também uma linha de produção dos chocolates da marca.
7º e 8º lugares – Duque de Caxias e Belford Roxo: 204,9 mil m² e 190,6 mil m² locados
Ambas as praças fazem parte da Grande Rio e atendem principalmente à região metropolitana da capital fluminense.
Inseridas em um Estado no qual a segurança pública está entre um dos principais problemas enfrentados pelas companhias, os galpões das duas regiões atraem players que buscam áreas próximas às rodovias e ao público consumidor para diminuir os riscos da operação logística.
9º lugar – São Paulo: 180 mil m²
A capital paulista é o destino mais desejado para o last mile – companhias que atuam na última etapa de entrega de um produto.
No entanto, com a competição com o mercado residencial pelos poucos grandes terrenos disponíveis, as locações concentram-se principalmente nas bordas da cidade.
10º lugar – Barueri: 173,2 mil m² locados
Localizada no raio 30 da capital paulista, a região é atendida por duas importantes rodovias – a Presidente Castello Branco e o Rodoanel Mário Covas – e teve o crescimento impulsionado por incentivos fiscais.
Além das locações para o ecommerce justificadas pela proximidade com São Paulo, a alta disponibilidade energética da região tem atraído também operações de data centers.
11º lugar – Campinas: 155,4 mil m² locados
Como Jundiaí, a região de Campinas também foi duramente afetada pela crise da década passada, mas hoje é uma das regiões com as menores taxas de vacância de São Paulo.
Com característica industrial, boa parte dos empreendimentos da praça estão nas cidades-satélites, como Hortolândia, Indaiatuba e Sumaré, onde o processo de aprovação de projetos é mais ágil do que na metrópole.
12º e 13º lugares – Serra e Viana: 154,1 mil m² e 128,9 mil m² locados
Assim como Extrema, as regiões de Serra e Viana, no Espírito Santo, cresceram por uma lógica tributária, com incentivos fiscais que atraíram principalmente empresas do ramo de vestuário e cosméticos.
14º lugar – Atibaia: 123 mil m² locados
O mercado de Atibaia tem uma característica industrial, com as locações mais concentradas em linhas de produção.
Mas também há operações logísticas. A L’Óreal, por exemplo, instalou seu segundo maior centro de distribuição da América Latina na região.
15º lugar – Jaboatão dos Guararapes: 114,4 mil m² locados
Primeira região da lista localizada fora do Sudeste, a praça fica em Pernambuco, considerado o principal polo do Nordeste do ponto de vista logístico graças ao estoque já existente de galpões e à proximidade com o Porto do Suape, o maior da região e quinto maior do País.