FII da Suno paga R$ 123 milhões por usinas solares prontas

FII da Suno paga R$ 123 milhões por usinas solares prontas
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O fundo imobiliário de energia solar da Suno Asset, o SNEL11, acaba de ampliar seu portfólio com a aquisição de cinco novas usinas – em um negócio que reforça uma mudança na estratégia do fundo.

Avaliados em R$ 123 milhões, os ativos estão nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais e devem elevar a capacidade instalada do FII de 39 megawatt-pico (MWp) para cerca de 63 MWp.

Diferentemente do que fazia até o ano passado, a gestora está comprando usinas já prontas, para aproveitar as oportunidades a preços descontados que o cenário de juros altos tem proporcionado. 

Antes, a Suno preferia adquirir plantas ainda em desenvolvimento e assumir as obras, porque os custos são baixos.

Mas agora, com os juros altos pressionando os proprietários mais alavancados, o preço de usinas já performadas caiu, e o SNEL11 viu a chance de entrar em bons negócios sem ter de enfrentar a obra, a conexão à rede elétrica ou o risco de vacância.

Vitor Duarte ok

“Assim conseguimos diminuir o risco do portfólio mantendo o mesmo nível de rentabilidade,” o CIO Vitor Duarte disse ao Metro Quadrado.

O objetivo é entregar uma taxa interna de retorno (TIR) real de 15% com as aquisições. Atualmente, o dividend yield anualizado do SNEL11 é de 14,68%.

O SNEL11 atua no modelo de geração distribuída, comprando o direito real de superfície dos terrenos e alugando as usinas para consumidores de baixa tensão ou consórcios, como residências, condomínios, pequenos comércios e escritórios.

Com as novas aquisições, o fundo também passará por uma diversificação geográfica do portfólio. 

Com a compra dos novos ativos, o FII está entrando em um novo mercado, o Rio de Janeiro. No mês passado, em outra aquisição, já havia entrado em São Paulo. Antes, o portfólio já contava com ativos em Minas Gerais, Ceará, Pernambuco e Goiás.

Entre as principais vantagens de São Paulo estão o baixo risco de vacância e a alta demanda energética, enquanto o Rio de Janeiro atrai pelas tarifas elevadas – que estão entre as mais caras do País.

A entrada nas novas praças e as demais aquisições serão pagas por uma oferta encerrada no início do mês na qual o fundo captou R$ 166 milhões.

Desse total, cerca de R$ 70 milhões vieram de vendedores dos ativos que toparam trocar participações diretas nas plantas por cotas do fundo.

A gestora deve seguir adotando essa estratégia para as próximas expansões. O objetivo é superar a marca de 100 MWp ainda neste ano e dobrar a capacidade instalada até o final de 2026.

Para alcançar essa meta, serão necessários cerca de R$ 300 milhões em aquisições em 2025 e outros R$ 400 milhões no ano que vem.

“Hoje temos uma fila de espera de players do setor vendendo bons ativos a um bom valuation e vamos conseguir manter ou aumentar a taxa de retorno para os cotistas,” disse o CIO.

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