Tinta fresca: Sherwin-Williams ainda tem upside na Bolsa

Mesmo com as tarifas de Donald Trump e os juros elevados impondo um cenário cinzento ao mercado imobiliário dos Estados Unidos, os americanos continuam pintando suas casas — e as ações da Sherwin-Williams continuam com potencial de alta, disse a revista Barron’s numa reportagem sobre o papel.
A fabricante de tintas e revestimentos — que comprou a Suvinil em fevereiro por US$ 1,15 bilhão — foi pouco afetada pelas tarifas de Trump por conta de sua produção local e está colhendo os frutos de investimentos realizados no passado, além de se beneficiar do enfraquecimento da concorrência.
A ação da empresa em Nova York sobe 21% nos últimos 12 meses, a US$ 360,74, e analistas do Morgan Stanley acreditam que o papel pode ir a US$ 385, o que pressupõe um ganho adicional de 7% em relação ao fechamento de ontem.
Com os juros altos e as incertezas econômicas afetando o mercado imobiliário americano e setores correlatos, a resiliência da Sherwin-Williams tem surpreendido positivamente os investidores.
No primeiro trimestre as vendas líquidas da empresa subiram 2,3%, para US$ 2,94 bilhões, e o lucro ajustado ficou em US$ 2,25 por ação, acima dos US$ 2,16 esperados pelo mercado.
A empresa está pronta para tirar proveito dos investimentos que fez em seus negócios nos últimos dois anos, Andrew Choi, o gestor de portfólio da Parnassus Investments, disse à revista Barron’s.
Segundo ele, há evidências de que os aportes em sistemas, logística, inovação e vendas têm contribuído para a expansão das margens da empresa e garantido ganhos de participação de mercado.
A presença física da empresa também cresceu e é outro ponto de destaque, Joseph Ghio, um analista da Williams Jones Wealth Management, disse à revista.
“Enquanto seus concorrentes reduziram investimentos ou até faliram, a Sherwin investiu e aumentou o seu número de lojas.”
Com esse aumento de capilaridade, o analista entende que os lucros da empresa podem dar um salto caso o Federal Reserve (Fed) comece a cortar juros em 2025 e o mercado caminhe para uma normalização.
Além disso, em um cenário de redução de concorrência, a empresa tende a ganhar em poder de precificação.
O Morgan Stanley espera que as receitas e as margens da Sherwin cresçam acima das expectativas do mercado, o que deve fazer com que o múltiplo da empresa se afaste de empresas tradicionais de tintas e se aproxime de serviços empresariais de alta qualidade como a Cintas e Rollins.
Neste caso, o múltiplo subiria de 29x lucro para algo mais próximo de 40x lucro, disse Vincent Andrews.
A Sherwin-Williams vale US$ 90,4 bilhões na Bolsa.