Zillow e Redfin entram na mira da Justiça dos EUA

Zillow e Redfin entram na mira da Justiça dos EUA
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A Zillow e a Redfin, duas das maiores companhias do mercado de listagem de imóveis residenciais para locação nos Estados Unidos, entraram na mira de cinco estados e de uma agência do governo dos EUA.

As empresas tornaram-se alvos de uma série de processos após a Zillow pagar US$ 100 milhões para que a Redfin encerrasse sua plataforma de anúncios de propriedades multifamily com pelo menos 25 unidades, e transferisse os clientes para a rival, segundo as autoridades.

Após o deal, que estabeleceu ainda que a Redfin distribuiria apenas imóveis listados pela Zillow, a Redfin teria demitido cerca de 450 funcionários — com parte deles sendo recontratados pela nova parceria.

As duas plataformas e a concorrente Apartments.com, da Co.Star, controlam cerca de 85% das receitas do mercado de locação dos EUA, segundo informações da procuradoria geral de Nova York.

Por isso, o acordo foi visto como uma tentativa de acabar com a concorrência e dominar completamente um mercado que já é concentrado, e motivou o processo movido em conjunto pelos estados de Nova York, Arizona, Connecticut, Washington e Virgínia ontem.

A Federal Trade Commission (FTC), órgão que equivale ao CADE dos EUA, também já havia anunciado um processo contra as empresas no dia anterior.

“Em um mercado já inacessível, o acordo pode aumentar os custos para anunciantes, reduzir as opções dos locatários e dificultar ainda mais a busca por um lar,” disse Letitia James, a procuradora-geral de NY, em um comunicado oficial.

“Essa falta de concorrência pode resultar em preços mais altos, anúncios de aluguel de qualidade inferior e menos opções tanto para proprietários quanto para inquilinos.”

James e os outros procuradores pedem que as cortes declarem que o acordo viola leis antitruste federais e impeçam que o suposto esquema siga operando.

A coalizão de promotores sugere ainda que as empresas vendam parte de seus ativos ou reconstruam os negócios que foram unidos para restaurar a livre concorrência.

A FTC também pede o fim do acordo e considera a reestruturação ou spin-off de parte das companhias.

“A Zillow pagou milhões de dólares para eliminar a Redfin como concorrente em um mercado já concentrado e crítico para inquilinos, administradores de propriedades e para a saúde geral do mercado imobiliário dos EUA,” disse Daniel Guarnera, diretor do departamento de concorrência da FTC, em comunicado oficial.

Já as empresas negam as acusações, segundo informações do portal The Real Deal. A Redfin diz que a parceria foi uma medida para reduzir custos que permitiu a expansão dos anúncios para os consumidores.

Já a Zillow afirmou que o acordo é “pró-competição e pró-consumidores” ao conectar melhor inquilinos e locadores.

De acordo com o portal Business Insider, a Zillow está sob pressão para impedir o crescimento dos inventários exclusivos, nos quais casas são anunciadas apenas em listas restritas de corretores.

Sua maior rival nesse quesito e impulsionadora da tendência, a corretora Compass, anunciou recentemente uma aquisição que a fez ganhar território.

A companhia comprou a Anywhere Real Estate, dona de nomes famosos no exterior como Century21, Corcoran e Coldwell Banker, por US$ 1,6 bilhão.

Após a fusão, a empresa deve registrar 216 mil agentes imobiliários nos EUA e responder por 24% das vendas nacionais, ainda segundo o BI.

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