As cidades que mais lançam imóveis de alto padrão por habitante (Spoiler: SC reina)

O mercado de residenciais de alto padrão ainda tem São Paulo como a sua meca no Brasil.
Mas como a capital paulista tem também – com folga – a maior população do País, outras cidades aparecem entre as que mais lançam empreendimentos de alto padrão em termos proporcionais – ou seja, numa conta de imóveis por habitante.
Em um levantamento feito pela consultoria Brain, as cinco cidades que mais lançaram unidades de alto padrão por habitante em 2024 estão na região Sul, com domínio de Santa Catarina.
O litoral catarinense tem vivido um boom de demanda por segunda moradia para veraneio – o que explica parte da discrepância entre lançamentos e tamanho da população.
Nenhuma das cidades que ocuparam o top 5 de 2024, porém, é Balneário Camboriú, a região que inaugurou esse movimento.
“Eu brinco que caiu uma bomba em Balneário Camboriú entre a década de 1980 e 2000, e as ondas dessa bomba foram se espalhando para os outros eixos,” Guilherme Werner, sócio da Brain, disse ao Metro Quadrado.
Confira a seguir a lista:
1 – Porto Belo (SC): 94 unidades lançadas para cada mil habitantes
Depois que Balneário explodiu e seus terrenos ficaram escassos, a vizinha Porto Belo foi uma das que mais cresceram com a demanda que começou a buscar por áreas próximas.
Além disso, uma mudança do Plano Diretor adensou o município em patamares similares ao que se via em Balneário Camboriú e Itapema.
”Porto Belo era mais inóspita, tinha uma questão ambiental mais rígida. Mas essa mudança bombou o município,” disse Werner.
2 – Itapema (SC): 26 unidades para cada mil habitantes
O sucesso de Itapema segue a mesma lógica de Porto Belo, tendo sido a primeira a atrair o excesso de demanda de Balneário. “E Itapema também está atrelada ao agro, já que o Centro-Oeste tem comprado muitos imóveis por lá,” disse Werner.
3 – Bombinhas, Santa Catarina: 18 unidades para cada mil habitantes
Bombinhas é uma praia historicamente muito demandada por turistas de outros países da América do Sul no verão. A produção imobiliária ainda é baixa, porque o Plano Diretor é mais restritivo. E assim como Fernando de Noronha, há uma taxa de preservação ambiental diária. O acesso também é mais difícil, já que fica depois de Porto Belo, e para chegar lá é preciso passar por um morro.
Segundo Werner, o que tem impulsionado Bombinhas é o metro quadrado mais competitivo, quando comparado a Porto Belo e Itapema. “E são produtos menos densos. São torres baixas, mais paradisíacas. Não tem grandes torres, grandes prédios. Basicamente, é uma oferta imobiliária mais exclusiva.”
4 – Balneário Piçarras (SC): 16 unidades para cada mil habitantes
Enquanto Balneário Camboriú fica no sentido de Florianópolis, Balneário Piçarras está no caminho para o Paraná, com o diferencial de ter conseguido criar produtos mais baratos que Balneário Camboriú, Itapema e adjacências.
O trânsito também é uma característica que favorece, já que a cidade fica antes de Balneário Camboriú, sofrendo menos em alta temporada.
“O público curitibano tem comprado muito Piçarras, porque está conseguindo comprar imóveis que não conseguiria comprar em igual qualidade em Balneário e Itapema. E está mais próximo de casa,” disse Werner.
Terrenos grandes ainda estão disponíveis na cidade, o que possibilita a criação de condomínios maiores e mais espaçosos, com preço médio de R$ 12 mil, em vez dos R$ 40 mil de regiões vizinhas.
5 – Gramado (RS): 13 unidades para cada mil habitantes
Único local da lista sem praia ou em Santa Catarina, Gramado tem vários guidelines do Plano Diretor que precisam ser seguidos. Um deles é a arquitetura emblemática da região, inspirada na Alemanha.
Os coeficientes de aproveitamento tornam o adensamento mais restrito, o que eleva o preço do metro quadrado da região, o mais caro do Rio Grande do Sul, superando até mesmo a capital, Porto Alegre.
“A produção imobiliária é feita em volume de unidades menores. E de todas essas cinco cidades, Gramado é a que mais surfa na multipropriedade,” disse.