Tenda tem lucro recorde e anuncia entrada em João Pessoa

Tenda tem lucro recorde e anuncia entrada em João Pessoa
|

Apoiada pela resiliência do segmento de habitação popular, a Tenda reportou o melhor trimestre da história da companhia – e disse que vai expandir sua atuação no Minha Casa Minha Vida entrando em um novo mercado: João Pessoa.

O lucro líquido consolidado de R$ 203,9 milhões superou o consenso de R$ 79,5 milhões – e os R$ 4,5 milhões do segundo tri do ano passado, quando a empresa ainda passava por um turnaround (o que gerou uma base fraca de comparação).

Também ajudando o resultado: as operações de swap com ações da própria companhia, que sobem 76% este ano.

A receita líquida consolidada ficou em R$ 991,5 milhões, uma alta de 27,6% sobre o mesmo tri do ano passado, e bateu levemente o consenso de R$ 982 milhões.

O EBITDA ajustado também superou as projeções, avançando 69,7% na mesma base de comparação para R$ 166,3 milhões.

O Nordeste tem sido a região onde as operações da empresa mais crescem. Por isso, a Tenda decidiu entrar no mercado de João Pessoa, na Paraíba, ainda este ano. “Nossa expectativa é lançar, no mínimo, mil unidades em uma janela de um ano,” o CFO Luiz Mauricio Garcia disse ao Metro Quadrado.

A cidade foi escolhida porque é a capital nordestina que mais cresceu em população entre os últimos dois Censos — um avanço de 15,3% para 834 mil habitantes.

“João Pessoa é considerada uma das capitais mais seguras do País e os dados mostram que a abertura de vagas com carteira assinada continua pujante,” disse Garcia.

A Tenda não pretende atuar na Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida – criada pelo governo para financiar a classe média e que tem animado outras companhias do segmento. A empresa disse que vai continuar seus lançamentos apenas nas três primeiras faixas do programa, com imóveis de até R$ 350 mil.

“A grande mudança que a Tenda tem feito é aumentar o volume na Faixa 3, que mais do que dobrou desde 2023.”

Garcia disse que a Faixa 1 — voltada à população de menor renda e que já representou 60% da operação da Tenda — deve continuar sendo muito relevante para a empresa, em um patamar mínimo de 40% da operação, mas o objetivo é ter um equilíbrio maior com as outras duas faixas.

Já a Alea, a operação de casas pré-moldadas da Tenda, está rodando no vermelho. O negócio reportou prejuízo líquido de R$ 26 milhões no segundo tri, contra R$ 19,6 milhões negativos do segundo tri de 2024, e a margem bruta ajustada ficou em 4,5%.

Com os resultados abaixo do esperado, a Tenda decidiu alterar parte do guidance da Alea, cortando a previsão das margens deste ano de 20% a 24% para 6% a 10% e adiando a expectativa de breakeven para 2026.

Em um mea culpa, Garcia disse que o principal fator que atrapalhou a operação da Alea foi a decisão de estabelecer novos mercados de atuação antes de consolidar as praças iniciais.

“Espalhamos demais essas obras e elas têm uma menor produtividade e acabam ficando mais caras do que o previsto,” disse o CFO.

Agora o plano da companhia é focar em apenas três manchas no estado de São Paulo: as regiões de Tupã, Bauru e Ribeirão Preto.

Siga o Metro Quadrado no Instagram

Seguir