Escritórios de segunda categoria começam a perder inquilinos

Escritórios de segunda categoria começam a perder inquilinos
|

Os prédios corporativos classificados como B ou C estão perdendo demanda em São Paulo.

Companhias que antes topavam trabalhar em espaços mais modestos estão migrando para edifícios do tipo A ou A+, que contam com lajes maiores, sistemas de refrigeração mais modernos, mais vagas de garagem e pé-direito mais alto, entre outros critérios.

Segundo levantamento da RealtyCorp, a absorção líquida de edifícios corporativos do tipo B e C ficou negativa na cidade no primeiro trimestre, em 29 mil metros quadrados, pela primeira vez desde o final de 2022.

Já a absorção líquida dos prédios do tipo A+ foi positiva em 57,4 mil m².

“Percebemos aqui um início sutil de flight to quality das empresas que pode indicar um movimento maior para os próximos meses,” Marcos Alves, o CEO da RealtyCorp, disse ao Metro Quadrado.

A tendência representa uma nova fase da volta aos escritórios no pós-pandemia.

Em um primeiro momento, as empresas que antes do isolamento já ocupavam escritórios A+ retornaram ainda mais exigentes, buscando prédios turbinados com amenities e mais espaçosos para convencer seus funcionários a deixar o home office, ainda que em localizações menos prestigiadas.

É o caso da Amazon, que vai trocar um escritório de 19,8 mil m² no Complexo JK para ser a única inquilina de um prédio da Kinea em Pinheiros, com 39,2 mil m² de área, ainda em construção.

Com a barra do mercado subindo, agora são as empresas antes alocadas em prédios B e C que estão exigindo padrões melhores, também buscando outros bairros para não sofrer tanto no bolso.

Na absorção bruta, os edifícios A+ de São Paulo tiveram no primeiro trimestre o maior resultado desde o início da série histórica da RealtyCorp, há 20 anos, com 116,2 mil m².

“Embora a queda na ocupação dos prédios B e C ainda seja pequena, isso reforça a percepção que temos de que as empresas, nesse retorno aos escritórios, estão buscando espaços de mais qualidade.”

Siga o Metro Quadrado no Instagram

Seguir