Afinal, os imóveis em NY estão baratos? Alguns gestores juram que sim

Afinal, os imóveis em NY estão baratos? Alguns gestores juram que sim
|

NOVA YORK – A compra de imóveis para locação em Manhattan tem sido anunciada por gestores como a grande oportunidade para brasileiros nos Estados Unidos.

O consenso é: o mercado imobiliário em Nova York está na xepa.

No pitch apresentado aos investidores do País, além da solidez do mercado americano, a justificativa está na ressaca do setor no pós-pandemia, que derrubou o preço dos imóveis na cidade e abriu uma janela para aquisições.

A estimativa de players do mercado local é de uma queda de 20% nos preços em Manhattan nos últimos dois anos. 

E ainda há espaço para reduzir mais na negociação. Segundo a plataforma Urban Digs, quem compra imóveis em Nova York está conseguindo descontos de 4,5% na média em relação aos preços anunciados.

Também ajuda o fato de o juro alto dos EUA ter restringido o financiamento para compra pelo consumidor final, o que cria poder de barganha para investidores capitalizados que querem surfar a maior demanda por morar de aluguel.

Nova York, em especial, tem o atrativo de ser historicamente uma cidade que atrai muitos migrantes, gerando mais procura por moradias acessíveis, diz Ricardo Costa, sócio e head da operação americana da RBR Asset, gestora que tem ativos espalhados por 57 edifícios em Manhattan.

“Esse déficit habitacional sempre vai trazer oportunidades de negócios,” ele disse ao Metro Quadrado.

Costa tem tentado ampliar o seu leque de clientes indo além dos nomes tradicionais e conversando com os novos herdeiros brasileiros, especialmente aqueles ligados ao agronegócio.

“Nova York sempre terá essa característica de preservação de patrimônio e, agora, mais pessoas têm buscado essa opção,” disse.

O advogado especializado em real estate Jay Neveloff, que já trabalhou para Donald Trump, diz que este momento marca o início de um novo ciclo de expansão no mercado imobiliário de Nova York e está mais otimista com empreendimentos voltados para a classe média.

“Essa pressão por moradias econômicas criará novos distritos comerciais,” ele disse ao Metro Quadrado. “Em Manhattan, veremos cada vez mais edifícios de uso misto, ou edifícios que integram um determinado número de apartamentos econômicos com outros modelos.”

A ilha de Manhattan, porém, já não tem mais tantos terrenos disponíveis. A região é ultra adensada e há uma diminuição no número de lançamentos, em especial após as sanções recentes do governo americano para importação de aço e alumínio. 

O caminho dos gestores tem sido comprar edifícios que estão na xepa para depois reformá-los e colocá-los para locação. Depois de um período operando com aluguel, desinvestem para ganhar com a valorização do ativo.

Os imóveis adquiridos ou passam por um retrofit completo ou por intervenções pontuais.

É o tipo de negócio que procura garimpar o americano Isaac Witnick, fundador da Witnick Real Estate Partners, escritório com cerca de 100 edifícios no portfólio.

“O prédio que costumamos comprar geralmente só precisa de um investimento pequeno. É mais um ‘lifting cosmético’ do que uma grande reforma,” ele disse.

Witnick trabalha há quase 10 anos com investidores brasileiros, entre eles o carioca Rogério Chor.

O americano tem viagem marcada a São Paulo, onde se encontrará com um grupo de investidores ainda neste semestre.

Sem revelar nomes, disse que deve visitar empresários, gestores de family offices e alguns fundadores de bancos tradicionais do País.

Na mala, uma lista com propriedades que estão em processo de negociação e podem despertar o interesse dos brasileiros.

E a promessa de que estarão comprando na baixa.

Siga o Metro Quadrado no Instagram

Seguir