MRV despenca 10% após prévia do 3º tri com queima de caixa

MRV despenca 10% após prévia do 3º tri com queima de caixa
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As ações da MRV estão em forte queda no pregão de hoje.

Por volta das 13h, as ações caíam 10% em reação a uma prévia operacional do terceiro trimestre aquém da esperada pelo mercado.

Um dos principais fatores que pesa na performance é a queima de caixa reportada em todos os segmentos no qual o grupo atua, incluindo o Minha Casa Minha Vida e a operação nos Estados Unidos.

A MRV Incorporação, por exemplo, que engloba as operações do MCMV e da Sensia, queimou R$ 0,3 milhão no terceiro trimestre.

O resultado foi impactado por atraso nos repasses de programas de cheques regionais — algo que já havia ocorrido nos dois trimestres anteriores.

Segundo a MRV, sem esse represamento, que teve um efeito de R$ 93 milhões, a geração de caixa teria sido de R$ 123 milhões no período.

Para o Bradesco BBI, o impacto persistente dos atrasos dos repasses deve ser um ponto de preocupação para os investidores, pois eleva a barra necessária para uma melhoria nos indicadores do próximo trimestre.

Fora do segmento core, a Urba e a Luggo reportaram a queima de R$ 9 milhões e R$ 20 milhões, respectivamente, enquanto a Resia queimou R$ 8 milhões a despeito da venda recente de ativos.

“Há um sentimento de que o pior já passou na MRV, mas essa prévia pode ser um obstáculo para o desempenho das ações mesmo com a queda de 12% nos últimos 30 dias,” disse o BBI, que recomenda compra para as ações da incorporadora com um preço-alvo de R$ 10.

Além da queima de caixa, outros indicadores também ficaram abaixo das expectativas do mercado.

Os lançamentos dos segmentos MCMV, Sensia e Urba, por exemplo, somaram R$ 2,35 bilhões em VGV no terceiro trimestre, uma alta de 4% na comparação anual, mas 28% abaixo das projeções do Itaú BBA.

O mesmo ocorreu nas vendas de R$ 2,5 bilhões, que também superaram o resultado do terceiro tri do ano anterior em 11% e foram consideradas sólidas pelo BBA, mas ainda em um patamar 9% inferior ao previsto pelos analistas.

Considerando a “baixa visibilidade das perspectivas de lucro” e um perfil de risco e retorno ainda pouco atraente, o Itaú BBA optou por manter a recomendação neutra para a MRV, com preço-alvo de R$ 9.

A XP também considerou a prévia levemente negativa, mas enxergou um lado positivo nos resultados, destacando que o preço médio de venda das unidades no segmento de baixa renda cresceu 10% na base anual, para R$ 268 mil.

Além disso, a produção de unidades aumentou 13%, o que deve apoiar a dinâmica de reconhecimento de receita no trimestre, na visão da XP.

A casa recomenda compra para a MRV e tem um preço-alvo de R$ 10,5 para as ações.

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