No Centro de SP, Copan e outros prédios históricos entram na fila do retrofit

No Centro de SP, Copan e outros prédios históricos entram na fila do retrofit
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No Centro de São Paulo, 19 edifícios podem ganhar um novo capítulo. 

A Prefeitura publicou a relação de prédios que demonstraram interesse em receber a subvenção econômica para passar por um retrofit – uma lista que vai do clássico Copan ao antigo prédio da Telesp.

O montante destinado à terceira rodada do Requalifica Centro – de R$ 200 milhões – é um valor recorde e representa mais um esforço da Prefeitura para impulsionar a região.

A subvenção é um apoio financeiro e não reembolsável que a Prefeitura concede para as obras, cobrindo até 25% da intervenção. 

Entre os inscritos, há empreendimentos de diferentes perfis. Além do Copan e do prédio da Telesp, estão na lista o Edifício Cambridge, antigo hotel de luxo; o Edifício São Marcos, projetado por Franz Heep; o Anhumas, assinado por Jacques Pilon; e a sede do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo.

Passar por um retrofit é uma demanda antiga do Copan, que chegou a se inscrever em um chamamento anterior.

O icônico prédio projetado por Oscar Niemeyer tem planos para reformar a sua fachada, mas não estava conseguindo a subvenção porque dependia da aprovação dos cerca de 3 mil condôminos. Agora, é o síndico quem aprova, o que deve facilitar o processo.

O valor recorde da subvenção e a lista de interessados são sinais de que a revitalização do Centro está deixando de ser uma aposta de poucos players, como a Planta, a empresa especializada em retrofits fundada pelo arquiteto Guil Blanche.

Guil Blanche“Essas políticas públicas são fundamentais num momento de incerteza macroeconômica. É justamente nesses momentos que o setor busca teses mais óbvias, o que nem sempre inclui a requalificação urbana,” Blanche disse ao Metro Quadrado

Aprovada em 2022, a Lei que criou o Requalifica Centro prevê investimento total de R$ 1 bilhão.

Nesta terceira rodada, o programa tem algumas novidades.

O edital, por exemplo, passou a permitir a participação de condomínios e aprimorou os critérios de seleção. Agora, ceder fachadas para arte urbana ou adotar soluções sustentáveis, por exemplo, pode pesar a favor. 

Entre os 19 projetos inscritos, seis têm foco em HIS, sendo um para famílias com renda de até três salários mínimos e cinco para a faixa de até seis salários. 

“A subvenção deveria priorizar exatamente isso: prédios relevantes para a paisagem da cidade e que gerem moradia, principalmente moradia popular,” disse Blanche.

Maxime Barkatz, fundador da Ilion Partners, que também já fez retrofits no Centro, vê o interesse dos prédios antigos como parte de um momento mais amplo de transformação. 

Não fosse pelo retrofit, a alternativa seria uma expansão urbana infinita e insustentável, ele diz.

“São Paulo precisa de um movimento sanfona. Já se espalhou demais, agora precisa voltar para dentro. E o retrofit é o caminho mais rápido, barato e com maior retorno urbano.”

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