Brasileiro deixa condomínio por último; inadimplência dispara

Brasileiro deixa condomínio por último; inadimplência dispara
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Com o orçamento mais pressionado, os brasileiros têm colocado o condomínio no fim da lista de prioridades de pagamento. 

No cenário de inflação persistente e juros elevados, a taxa de inadimplência condominial atingiu 7,19% em junho, o maior patamar dos últimos 13 meses, de acordo com o Índice Superlógica, que monitora mais de 100 mil condomínios em todo o País. Em maio, o índice era de 6,73%.

“As pessoas preferem quitar dívidas mais caras, como cartão de crédito, cheque especial e empréstimos, deixando o condomínio para depois,” João Baroni, o diretor de crédito do Grupo Superlógica, disse ao Metro Quadrado

A escolha é matemática. Enquanto o cartão pode passar de 17% em juros compostos ao mês, o atraso do condomínio, regido pela convenção ou pelo Código Civil, costuma ser de 1% ao mês, seguindo juros simples, mais multa de 2%. 

“É uma dívida mais barata e, na cabeça do morador, faz sentido pagar a mais cara e deixar a mais barata para depois,” ele disse.

“E os condomínios são, em geral, mais morosos em tomar medidas judiciais de cobrança e negativação, ao contrário dos bancos,” disse o advogado Bruno Amatuzzi, sócio do Amatuzzi Advogados.

O atraso, no entanto, pode custar caro, pois a dívida condominial também pode levar à perda do imóvel. 

“Há inclusive decisões afastando bem de família, e a súmula 478 do STJ, que coloca o crédito condominial acima do credor com garantia real,” disse Amatuzzi.

Com a previsão de que os juros sigam em patamar alto e a inflação ainda pressione o bolso, a tendência é de que a inadimplência da taxa de condomínios se mantenha elevada por mais tempo. 

“Até meados do próximo ano devemos continuar trabalhando nesse mesmo cenário.”

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