Em NYC, antigos hotéis viram prédios residenciais econômicos

Em NYC, antigos hotéis viram prédios residenciais econômicos
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Antigos hotéis de Nova York que serviam de albergue para pessoas em situação de rua e migrantes estão se transformando em prédios residenciais econômicos.

A conversão tem ocorrido por iniciativa de investidores que têm buscado imóveis que participaram do programa social que a prefeitura criou em 2022 para tentar reduzir o déficit habitacional da cidade.

Pelo programa, a prefeitura virou inquilina em hotéis desativados e unidades econômicas, bancando as diárias para instalar pessoas em situação de vulnerabilidade.

Hoje, pelo menos 10 hotéis com esse perfil estão passando por um retrofit para virar unidades de locação popular, e mais uma dúzia pode seguir o mesmo caminho em breve.

A expectativa é que esses primeiros projetos entreguem 1,1 mil apartamentos, segundo levantamento do The Wall Street Journal.

Entre os projetos mais recentes de retrofits de hotéis estão uma antiga unidade do Hilton, próximo ao aeroporto JFK; o prédio mais alto do Holiday Inn, que foi convertido em residência estudantil; e um hotel em Midtown Manhattan de 600 quartos que darão lugar a mais de 500 apartamentos.

Esse movimento ganha força em Manhattan diante da escassez de terrenos para construção de greenfields, do aumento expressivo no preço dos aluguéis e de uma crise prolongada de moradia popular.

Devido ao déficit habitacional, as incorporadoras têm sido estimuladas pela prefeitura a construir residenciais focados em moradia popular dentro da Ilha de Manhattan, com o apoio de incentivos fiscais.

Dados da consultoria de real estate UrbanDigs mostram que o preço pedido pelo aluguel na ilha subiu 15% entre maio e julho e 19,5% em 12 meses, enquanto a taxa de vacância caiu para a mínima histórica de 1,4%.

Segundo a Hotel Association of New York City, Manhattan tem pelo menos 160 imóveis que poderiam retomar as operações hoteleiras ou ser transformados em moradia. 

Desde 2022, muitos deles foram usados como albergues custeados pela prefeitura, que já desembolsou cerca de US$ 8 bilhões para tentar reverter o déficit habitacional – sem sucesso.

Investidores veem nessas propriedades uma oportunidade: as características dos antigos hotéis – disposição de quartos, banheiros e boa entrada de luz natural – facilitam a conversão em residências. Esses fatores tornam o retrofit mais atraente por exigir menos investimento e ter execução mais rápida.

Antes dos hotéis entrarem no radar do mercado imobiliário de Nova York, foi a vez dos antigos hospitais desativados receberem investimentos para retrofitar os imóveis e transformá-los em unidades habitacionais. 

Além do retorno com a locação nas unidades retrofitadas, outro fator importante para o setor são os incentivos fiscais para esse tipo de empreendimento. 

Só em 2023, o Rehabilitation Credit programa do governo americano que prevê deduções tributárias para companhias que investem em retrofits – movimentou mais de US$ 225 milhões com a transformação de hospitais em residenciais.

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