Enquanto regiões como Pinheiros, Vila Madalena e Itaim Bibi já não têm tanto espaço para expansão, está sobrando terreno no Centro de São Paulo. 

É o que diz Guilherme Afif Domingos, o secretário extraordinário de Projetos Especiais do Estado de São Paulo.

“O Centro é o maior entroncamento rodoferroviário e metroviário de São Paulo, é a área que sobrou. É hora de investir no Centro e investir em moradia,” ele disse em um evento da CNN Brasil.

Afif fez o apelo enquanto o governo estadual se prepara para levar sua sede de volta para os Campos Elíseos, depois de seis décadas no Palácio dos Bandeirantes – num esforço do governador Tarcísio de Freitas para valorizar a região e atrair investimentos de incorporadoras.

Hoje abandonado, o bairro foi o primeiro a ser planejado na cidade, entre o final do século XIX e o início do século XX.

Na época da sua construção, recebeu avenidas monumentais como a Rio Branco e a Duque de Caxias e abrigou mansões da elite cafeeira. 

Para Afif, essa configuração urbanística, somada à localização estratégica e à concentração de infraestrutura de transporte, torna a região especialmente atrativa para investimentos.

A própria construção da sede vai exigir a participação da iniciativa privada, com uma concessão para tocar a obra e gerir a operação que vai exigir cerca de R$ 5,4 bilhões em recursos.

A transferência da sede do governo para os Campos Elíseos vai levar cerca de 23 mil servidores para a região, o que pode gerar demanda para moradia.

“Agora é a hora do investidor privado entrar, porque nós já estamos entrando com um capital muito pesado que incentiva efetivamente o mercado a investir,” disse Afif.

No entanto, como investir no Centro significa na maioria das vezes promover retrofits, as principais incorporadoras ainda não demonstraram um grande interesse.

Mais acostumadas a projetos greenfield, essas empresas lidam melhor com terrenos e construções novas, onde podem seguir um processo padronizado e mais controlado.