‘Linha dos parques’: o projeto de SP para a nova linha de metrô

A Linha Violeta-16 do metrô de São Paulo é a nova empreitada do governador Tarcísio de Freitas para o ano eleitoral.
O governo estadual adicionou ao seu programa de concessões a construção do ramal que cortará os parques Ibirapuera, Independência e da Aclimação, em direção à zona leste da cidade.
O leilão do projeto de parceria público-privada (PPP) está previsto para o primeiro trimestre de 2026, com um capex estimado em R$ 37,5 bilhões para os 19 km de extensão da linha, cuja concessão terá duração de até 31 anos.
Ao todo, serão 16 estações, com oito integrações para outras linhas. Se o cronograma for mantido, a “linha dos parques” deve começar a operar em 2035.
Parte do interesse em levar adiante o novo ramal está ligada ao movimento de uma empresa espanhola, a Acciona.
Em agosto de 2024, a companhia apresentou ao Estado uma Manifestação de Interesse Privado (MIP) para uma PPP da Linha Violeta-16.
No ano seguinte, a companhia participou de outro leilão estadual, concorrendo pela construção do túnel que ligará Santos e o Guarujá – obra com investimento estimado em R$ 6,8 bilhões, dividido entre Estado e União –, arrematada pela portuguesa Mota-Engil.
Outro fator que deu tração à inclusão do novo ramal no programa de concessões, segundo o Executivo estadual, é o potencial imobiliário nas áreas das futuras estações.
“A área adjacente à estação São Carlos apresenta potencial de desenvolvimento para exploração comercial intensiva, comportando um shopping center,” descreveu o governo de São Paulo na apresentação do projeto.
“Nas imediações da estação Paes de Barros, a análise indicou vocação para atividades comerciais de pequeno porte e serviços, como escritórios e consultórios. A estação apresenta potencial de ABL de aproximadamente 48 mil m².”
A inclusão da região no mapa do metrô também poderia gerar uma mudança estrutural no Plano Diretor de São Paulo, já que áreas com acesso a transporte público têm maior potencial de uso do solo – o que tende a atrair incorporadoras para esses endereços.
O projeto de PPP, atualmente em consulta pública, atenderá às regiões de Pinheiros, Jardins, Vila Mariana, Ipiranga, Mooca e Vila Formosa.
Mas, para tirar o plano do papel, Tarcísio de Freitas terá de lidar com mais de 37 mil metros quadrados em desapropriações, a um custo estimado em cerca de R$ 3,6 bilhões.