‘You don’t have a deal’. Venda de imóveis usados despenca nos EUA

‘You don’t have a deal’. Venda de imóveis usados despenca nos EUA
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Os americanos não vão trocar de casa neste verão.

Com as taxas das hipotecas e os preços de imóveis ainda nas alturas, as vendas de casas usadas nos EUA recuaram 5,9% entre fevereiro e março, e 2,4% ano contra ano. 

No mês, as vendas equivaleram a uma taxa anualizada (e já com o ajuste sazonal) de 4,02 milhões de unidades, disse a Associação Nacional de Corretores de Imóveis (NAR).

Economistas consultados pelo The Wall Street Journal esperavam uma queda mensal bem menor, de 3,1%.

O número de março ainda não reflete integralmente a incerteza econômica gerada pelo Governo Trump nas últimas semanas.

Março foi o pior mês das vendas registrado pela NAR desde novembro de 2022, e o resultado mais fraco para o mês de março desde 2009, um indício preocupante sobre como será a primavera para o setor de real estate.

O período de março a junho costuma ter números elevados de vendas, disse o WSJ, já que muitos americanos aceleram os preparativos para se mudar nos meses seguintes, durante o verão. 

Analistas vislumbravam uma recuperação para os negócios após o mercado patinar em 2023 e 2024, mas os compradores não enxergaram a mesma janela de oportunidade.

As taxas de hipoteca seguem em patamar impeditivo para muitos, mantendo-se acima de 6,5% este ano.

Além disso, os preços das casas estão no maior nível da série histórica da NAR para o mês de março: um preço mediano de US$ 403.700.

Por enquanto.

O pricing power deve começar a diminuir conforme o estoque de casas aumenta. 

No final de março, o estoque de casas à venda equivalia a 1,33 milhão de imóveis – ou quatro meses de vendas no ritmo atual – uma alta de 8,1% em relação a fevereiro e de 19,8% contra março de 2024.

Em estados onde os estoques cresceram, como o Texas e a Flórida, os preços já estão abaixo dos registrados há um ano.

Um de cada quatro anúncios no site da Zillow teve um corte de preço em março, a maior proporção para qualquer mês de março desde 2018, disse o WSJ.

Outro efeito da baixa demanda é o aumento no poder de barganha do consumidor. Cerca de 44% das compras no primeiro tri incluíram algum tipo de concessão do vendedor, a corretora Redfin disse ao jornal.

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