Capitânia vende três ativos logísticos por R$ 587 milhões

O fundo de logística da Capitânia, criado há dois anos, está completando o seu primeiro ciclo de investimentos ao promover a saída de três ativos – em transações que escancaram uma assimetria de preços entre o mercado privado e o de fundos listados.
Em um delas, o Capitânia Logística está vendendo para a TRX a sua participação de 43,8% em um built to suit (BTS) ocupado pelo Mercado Livre em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, pelo valor de R$ 207 milhões. O ativo havia sido comprado há um ano em sociedade com a HSI, que segue na operação.
Já os outros dois ativos estão no Raio 30 de São Paulo – em Osasco e Mauá – e foram vendidos por R$ 380 milhões para um investidor não revelado, também um ano depois de serem adquiridos pelo fundo.
Os deals – que somam R$ 587 milhões – representam lucro de R$ 72,7 milhões (R$ 1,67 por cota) e foram negociados a uma média de R$ 4,8 mil por metro quadrado.
“Enquanto isso estamos vendo bons fundos logísticos listados na Bolsa, com bons portfólios e bom carrego de aluguel, negociando abaixo de R$ 3 mil,” Gabriel Martins, o gestor do Capitânia Logística, disse ao Metro Quadrado. “Estamos acompanhando de perto as oportunidades geradas por essa assimetria.”
Para a TRX, a compra do galpão de Araucária significa incluir um novo inquilino no seu portfólio, o Mercado Livre, que tem protagonizado uma disputa territorial com Amazon e Shopee por espaços próximos aos principais mercados consumidores do País para os seus CDs.
A concorrência tem alimentado bons resultados para o segmento de logística, que tem experimentado a entrega de estoques novos, com alta absorção líquida, vacância baixa e aluguel subindo – uma combinação que é música para os investidores.
“Há regiões sem disponibilidade de área e com dificuldade de ter empreendimentos com os tamanhos que são demandados por Meli, Amazon e Shopee,” disse Gabriel, da Capitânia.
Na transação de Osasco, a Capitânia incluiu também no acordo um earn out caso haja uma revisão substancial do preço do aluguel, “o que mostra um mercado super aquecido,” disse o gestor.
As três vendas do fundo da Capitânia se somam a uma transação anterior feita em julho do ano passado, quando um ativo logístico em Cravinhos – também um BTS para o Meli – foi negociado para a Alianza por R$ 150 milhões.
O fundo, por enquanto, seguirá com apenas um ativo de tijolo – um galpão em São Bernardo do Campo – e está atento a outras oportunidades para um próximo ciclo de investimentos.