COP30 trava novos galpões em Belém

COP30 trava novos galpões em Belém
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A demanda por espaços e mão de obra para a realização de obras de infraestrutura e turismo ligadas à COP30 em Belém tem travado parte dos novos desenvolvimentos logísticos na região.

O mercado paraense espera receber 220 mil metros quadrados de estoque entre expansões e novos empreendimentos logísticos na região metropolitana de Belém, segundo um estudo da Binswanger.

Mas essas entregas ainda não têm data para acontecer e alguns dos projetos foram deixados de lado em prol do atendimento a demandas da COP, cujos aluguéis têm superado o preço médio pedido nos galpões, de R$ 25,00 por m².

Simone Santos ok

A própria Binswanger conversa com um desenvolvedor que é proprietário de um terreno na região central de Belém e estava disposto a construir um ativo especulativo, mas alugou temporariamente a propriedade para o armazenamento de material de construção de obras voltadas à COP.

“Todo mundo lá hoje está tentando suprir essa urgência que está sendo financeiramente mais vantajosa para os desenvolvedores,” Simone Santos, sócia-diretora da Binswanger, disse ao Metro Quadrado.

A expectativa é que, após a realização da COP, que se encerra em 21 de novembro, os players retomem os projetos pensados para a vocação original dos ativos e destravem o desenvolvimento logístico local.

A região metropolitana de Belém tem um estoque de 170,1 mil metros quadrados em produtos A e A+. 

Apesar de pequeno na comparação com outras praças — somente o Raio 15 de São Paulo, por exemplo, tem 404 mil m² —, trata-se do segundo maior estoque da região Norte, atrás apenas de Manaus, que tem 308 mil m².

Esse estoque está distribuído entre cinco empreendimentos, incluindo um BTS desenvolvido pela a Alianza originalmente para o Magazine Luiza e um condomínio da Log.

Os cinco ativos têm a taxa de vacância zerada e três deles já têm expansões previstas que totalizam 63 mil m².

Há ainda a previsão de construção de um centro logístico que deve ser o único de grande porte na rodovia PA-391, que conecta a região metropolitana de Belém. O projeto inclui um porto com operação de cabotagem.

“Há muitas obras por lá. Toda a infraestrutura da região está melhorando e houve recentemente a entrega da expansão de um porto em Belém,” disse Simone.

Assim como em outras regiões do País, a demanda para os novos empreendimentos é puxada principalmente pelo ecommerce.

A B2W é a maior locatária da região, com 34,5 mil m², enquanto o Mercado Livre — que lidera o ranking dos principais inquilinos logísticos no âmbito nacional —, está na terceira posição, com apenas 11,2 mil m² locados. 

Amazon e Shopee, os outros dois players mais relevantes do segmento, não aparecem no top 10.

“Temos procura de empresas do ecommerce e não temos onde colocá-las, pois os desenvolvedores só querem construir por meio de um BTS. Estamos nesse momento de convencê-los a fazerem o especulativo para atender a essa demanda reprimida.”

Como boa parte do estoque da região é antigo, a Binswanger considera que muitas das empresas estão mal instaladas, e espera que ocorra um flight to quality à medida em que novos galpões sejam construídos, como se vê em outras regiões do País.

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