Em Porto Alegre, o que seria um presídio vai virar um food hall

Em Porto Alegre, o que seria um presídio vai virar um food hall
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A incorporadora Melnick vai construir em Porto Alegre um novo food hall – uma espécie de praça de alimentação fechada, nos moldes do Eataly ou do Chelsea Market – que pretende ser o maior do País.

O equipamento terá 5 mil metros quadrados de área locável, maior do que o Eataly de Nova York (com 4,6 mil m²), e será vizinho de um dos lançamentos de alto padrão da Melnick, o Square Garden, num esforço da empresa para agregar valor ao projeto residencial.

“Nós estamos passando por uma transformação invisível no setor. Antes, o produto imobiliário era entregar um lar para as pessoas morarem. Hoje o morador não quer só um super residencial, ele quer acesso a serviços e comodidade,” o CEO Leandro Melnick ao Metro Quadrado.

O espaço escolhido já foi um antigo ginásio esportivo. Depois de um período abandonado na década de 1990, o local foi permutado pelo governo estadual para a construção de um presídio, mas, no fim, vai se transformar no food hall com investimento entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões, disse o CEO.

11 04 Leandro Melnick

A Melnick se uniu à Tornak e à DC Set para desenvolver o projeto na área do antigo Ginásio da Brigada. O projeto prevê espaço para abrigar de 20 a 30 marcas, com lojas âncoras e negócios de pequeno e médio porte. O food hall deve ser entregue no segundo semestre de 2029.  

A tese da companhia é que o VGV potencial do Square Garden ganha mais com a valorização trazida pelo centro comercial – que ajuda a  diferenciar o empreendimento dos lançamentos rivais – do que com a construção de uma nova torre.

Será algo como o complexo do Cidade Jardim, em São Paulo, que conecta as unidades residenciais ao centro comercial do shopping,” ele disse. “Na nossa leitura, a conta fecha justamente pela valorização do nosso metro quadrado.”

O novo empreendimento foi inspirado em projetos já consolidados desse segmento, como o Chelsea Market, em Nova York, e o Borough Market, em Londres – já que o conceito é se afastar da ideia de shopping tradicional.

A incorporação e a execução do projeto imobiliário ficarão sob responsabilidade da Melnick, enquanto a operação do negócio, depois de entregue, será conduzida pelo Grupo Embarcadero, responsável por outro food hall da cidade, o Cais Embarcadero, às margens do rio Guaíba.

Apesar de ainda não haver planos de expandir a ideia do food mall para outras praças, o CEO da Melnick não descarta essa possibilidade.

No entanto, ele diz que futuros centros comerciais desse tipo dependerão da vocação dos projetos imobiliários e da demanda do público. “Se der certo, a gente pode replicar, mas temos que estudar bem as coisas,” disse.

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