Empresas de IA reaquecem os escritórios de São Francisco

As empresas de inteligência artificial estão impulsionando a recuperação do mercado de escritórios de São Francisco, nos Estados Unidos.
De acordo com o Wall Street Journal, novos inquilinos como OpenAI, Antrophic e Harvey ajudaram no volume de locações de escritórios na cidade, que chegaram perto dos níveis pré-pandemia.
No primeiro semestre de 2025, essas empresas já ocuparam cerca de 1 milhão de metros quadrados de espaço, e analistas projetam que o setor de IA poderá ocupar entre 12 e 15 milhões de m² até 2030.
A Hines, gestora de investimentos imobiliários com sede em Houston, anunciou planos para construir um arranha-céu de cerca de 370 metros no local da antiga sede da Pacific Gas & Electric.
Caso seja concluído, será o edifício mais alto da Costa Oeste dos Estados Unidos, ficando apenas oito metros abaixo do Empire State Building, em Nova York.
“O cenário atual lembra 2012, quando previmos o crescimento do setor de tecnologia e avançamos com o projeto da Salesforce Tower, que hoje é o edifício mais alto de São Francisco,” David Steinbach, o diretor de investimentos globais da Hines, disse ao WSJ.
As companhias de IA estão buscando lugares espaçosos, que chegam a 30 mil ou 50 mil m², refletindo um aumento significativo na demanda.
“Cada locação de IA tem sido uma expansão expressiva, trazendo dinamismo a um mercado que parecia estagnado,” disse Chris Roeder, vice-presidente da JLL americana.
Apesar dos sinais positivos, alguns desafios ainda persistem.
A taxa de vacância de escritórios permanece elevada, em 22,8%, três vezes maior que os níveis de 2019, e muitos prédios antigos continuam obsoletos.
Além disso, problemas urbanos, como criminalidade e falta de moradia, ainda afetam a cidade, contribuindo para a hesitação de algumas empresas em retornar aos centros urbanos.
Para atrair mais inquilinos, os proprietários estão oferecendo incentivos generosos, incluindo períodos de aluguel gratuitos que podem ultrapassar um ano em contratos de longo prazo.
Os investidores também aproveitam os preços mais baixos do pós-pandemia para adquirir propriedades com desconto.
Um exemplo é a Blackstone, que comprou uma participação em um edifício de 25 andares por US$ 111 milhões, cerca de US$ 265 por metro quadrado, três vezes abaixo do valor de 2019.