HBR vende seu trophy asset da Faria Lima por R$ 477 milhões

A HBR Realty acaba de acertar a venda de 10 dos 11 andares do HBR Corporate, o trophy asset da companhia na Av. Faria Lima, localizado entre a Av. JK e a Rua Ministro Jesuíno Cardoso.
Os 10 andares – todos alugados pelo WeWork – somam 11.245 m² (91% do prédio) e foram comprados por R$ 477 milhões por um investidor não revelado.
O 11º andar seguirá com a HBR, que ocupa o espaço junto com a Helbor, do mesmo grupo.
Com a HBR sendo dona de dois terços do prédio e a construtora Toledo Ferrari tendo o restante, o ativo estava à venda desde o ano passado, como parte de um processo de reciclagem de ativos da HBR.
A empresa deve usar os recursos para reduzir o endividamento – uma cobrança que tem sido feita pelo mercado – e desenvolver novos corporativos na mesma região, como o do terreno da Rua Chipre, para o qual acabou de comprar CEPACs, e outro entre as ruas Pedroso Alvarenga e Renato Paes de Barros.
No ano passado, a HBR disse em junho que todo o prédio poderia valer mais de R$ 600 milhões, e em setembro mandatou o Bradesco BBI para assessorá-la na venda – mas a piora do ciclo de juros nos meses seguintes afugentou candidatos.
Na virada do ano, a HBR tinha na mesa apenas uma proposta que envolvia uma estrutura de renda mínima garantida (RMG), mas preferiu esperar, até que – já sem nenhum assessor mandatado – encontrou um comprador disposto a fazer um deal convencional.
“Não era só uma questão de preço, se está pagando bem ou não, e sim se quem está comprando tem funding, se vai conseguir captar,” Alexandre Nakano, o CEO da HBR, disse ao Metro Quadrado.
A transação reforça a resiliência do mercado corporativo da Faria Lima em relação ao restante da cidade, num cenário em que os principais investidores imobiliários estão preferindo galpões a escritórios.
Tanto é que os aluguéis da Faria Lima já chegam perto de R$ 350 – na área próxima ao HBR Corporate –, enquanto os maiores valores na Marginal Pinheiros ficam em torno de um terço disso – uma distância nunca antes vista.
“É difícil vender num momento como esse, com os fundos fechados para aquisições. Mas sempre haverá mercado para ativos bem localizados,” Nakano disse.
Antes de acertar a venda, a HBR já estava em conversas com o WeWork para revisar o contrato de aluguel para buscar um valor mais próximo do que o mercado está praticando na região, e esse processo deve seguir agora envolvendo o novo proprietário, até que a troca de dono seja efetivada.
O novo aluguel, se superar um determinado valor, pode acionar um earnout na venda. O HBR Corporate é um dos principais espaços do WeWork no Brasil.
Enquanto isso, a HBR segue no processo de venda de um outro ativo de escritórios, o HBR Corporate Pinheiros, localizado na Rua João Moura e alugado no ano passado para o Hospital Albert Einstein em um contrato de 20 anos.