Hire Capital vende Triple A na Rebouças por R$ 300 mi

A gestora Hire Capital vendeu um corporativo Triple A na Av. Rebouças para um family office por cerca de R$ 300 milhões, uma transação que mostra o aquecimento do mercado de escritórios na região de Pinheiros.
Quando a gestora comprou o terreno, em 2019, a área ainda era predominantemente residencial — a própria Hire entrou no bairro ao comprar unidades de um empreendimento da Tegra.
Mas a casa apostou que, com a chegada do metrô, a região passaria a atrair mais empresas e tinha potencial para se tornar um distrito corporativo, além de apresentar uma alternativa à Faria Lima, onde os valores de locação já eram elevados no período pré-pandemia e hoje alcançam os R$ 400 por metro quadrado.
“Vimos os preços escalando e não havia alternativa para o inquilino que não queria ir para a Chucri Zaidan, por exemplo,” Gabriel Heilberg, sócio-fundador e CIO da Hire Capital, disse ao Metro Quadrado.
De lá para cá, a Rebouças praticamente transformou-se em um canteiro, com o desenvolvimento de uma série de empreendimentos de diversos segmentos, incluindo novos corporativos.
O estoque de escritórios A e A+ na área da avenida é de 35,7 mil metros quadrados e deve dobrar em breve, pois outros 39,2 mil m² estão em construção, segundo dados da Cushman & Wakefield.
A vacância é de 2%, abaixo dos 10,9% registrados na Faria Lima. Já o preço médio pedido é de R$ 165 por m², acima da média da cidade — que é de R$ 146,13 — mas abaixo dos R$ 297,51 vistos na Faria Lima.
Para tocar seu empreendimento, batizado de HY Pinheiros, a Hire levantou um fundo imobiliário com capital próprio e também de investidores próximos. O projeto arquitetônico foi assinado pelo Konigsberger e Vannucchi e a obra foi tocada pela construtora Porto Ferraz.
O edifício foi entregue em 2024 com 13,5 mil metros quadrados de ABL e alcançou os 100% de ocupação em menos de um ano.
Para Heilberg, um dos fatores que atraiu os inquilinos, além da proximidade com o metrô, foi o tamanho das lajes, que têm cerca de 1,1 mil m² e comportam operações maiores.
“Pegamos empresas médias que estavam em crescimento e que, se fossem para outras regiões, mesmo dentro de Pinheiros, teriam que se dividir em dois ou três andares.”
Entre os principais locatários do edifício estão companhias dos setores de tecnologia e finanças, como a Sankhya e a Neoway, vendida à B3 em 2021.
A gestora já havia vendido uma loja no terreno do prédio para um FII em 2023. Agora, com a venda também do ativo, conclui seu primeiro ciclo completo de investimentos no segmento corporativo e se prepara para o próximo. Os deals somaram R$ 310 milhões.
A casa — que foi criada em 2016 para administrar o portfólio imobiliário da família de Heilberg, também sócia da gestora Hix Capital — está em processo de aquisição de terrenos na região para erguer outro prédio de escritórios na região com o dobro do tamanho do HY Pinheiros.
A Hire também investe em empreendimentos residenciais, condomínios horizontais e logística, alocando R$ 1 bilhão até agora, e espera concluir ainda neste ano o desinvestimento de um portfólio de galpões, que inclui ativos em Guarulhos, Cabreúva e no Rio de Janeiro.