Um fundo imobiliário que está sendo levantado pelo Safra é o comprador dos dois prédios corporativos vendidos pelo FII BTG Pactual Logística (BTLG11), apurou o Metro Quadrado.

A transação de R$ 557 milhões anunciada hoje envolve uma fatia de 75% do WT Morumbi, complexo empresarial na Chácara Santo Antônio, e um edifício na região da Paulista.

Esses imóveis estavam “sobrando” no fundo de logística do BTG depois que o FII comprou o portfólio de outro fundo, o SARE11 — que incluía também um galpão em Santo André —, por R$ R$ 475,9 milhões.

Na época da transação, o BTLG11 avisou que ofereceria os ativos corporativos no mercado por não caberem na tese de logística do fundo.

O deal de hoje saiu por uma cifra abaixo do valor de avaliação dos edifícios — que é de cerca de R$ 720 milhões, segundo o último relatório do SARE11 —, mas o BTLG11 já havia comprado os imóveis com desconto, e estima um lucro de R$ 24 milhões com a revenda.

Já o Safra está captando um fundo de R$ 1,35 bilhão batizado de JS Renda Ativa para pagar pela aquisição destes e de outros prédios corporativos, segundo uma fonte a par do assunto.

O novo fundo, que será negociado no mercado de balcão, vai investir nos ativos via cotas de FIIs, incluindo um FII master chamado JS Renda Imobiliária em processo de constituição e outros feeders.

O JS Renda Ativa vai comprar cotas seniores desses FIIs para ter preferência nos dividendos, rendimentos e amortizações até atingir uma rentabilidade-alvo de IPCA+8,75% ao ano.

O pipeline da oferta é formado por seis ativos — incluindo os dois já comprados do BTG — espalhados entre as zonas Oeste e Sul de São Paulo, com o fundo do Safra podendo ter fatias que vão de 35% a 100%.

Três deles têm de 30 mil a 40 mil metros quadrados de área bruta locável e até 40 inquilinos. 

Um outro imóvel tem de 14 mil a 18 mil m² de ABL e de 30 a 40 inquilinos, enquanto o menor dos cinco tem de um a três inquilinos divididos entre 4 mil a 8 mil m² de ABL.

Procurado, o Safra não se manifestou sobre o assunto.