São Carlos vende pacote de escritórios para FII da JiveMauá

São Carlos vende pacote de escritórios para FII da JiveMauá
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Em uma operação de R$ 837 milhões, a São Carlos Empreendimentos voltou a vender parte de seu portfólio, desta vez de escritórios, para um fundo imobiliário.

O comprador da vez é um fundo gerido pela JiveMauá, segundo apurou o Metro Quadrado.

A negociação engloba oito ativos, 78 mil metros quadrados de ABL e inclui parte de uma das torres da EZ Towers — empreendimento na Chucri Zaidan, em São Paulo, que é a joia da coroa da carteira corporativa da companhia —, além de outros imóveis na capital paulista e no Rio de Janeiro.

Apesar da venda, a holding imobiliária das famílias Lemann, Telles e Sicupira permanecerá exposta aos ativos ao receber cerca de 30% do pagamento em cotas do FII e atuar como consultora imobiliária do fundo, batizado de SC JiveMauá Corporate.

Essa mesma estratégia já havia sido adotada pela companhia na venda de um pacote de imóveis comerciais para outro FII, o TG Renda Urbana, concluída no mês passado.

O objetivo é desmobilizar o portfólio e destravar valor dos ativos que hoje não está refletido na cotação das ações, segundo afirmou o CEO da São Carlos, Gustavo Mascarenhas, em uma entrevista anterior ao Metro Quadrado

A transação saiu 18% abaixo do net asset value (NAV) dos ativos, com um cap rate de 8,1%. Apesar do desconto, representa um ganho em relação ao valor da companhia na Bolsa hoje.

As ações da São Carlos saltaram 7,3% impulsionadas pela notícia da venda. Mas enquanto a companhia ainda vale cerca de R$ 1 bilhão, o valor de mercado de sua carteira de imóveis — que ficará com 43 ativos após a venda — é o dobro disso.

A negociação também fortalece a tese da holding de abrir uma nova frente de receitas com a consultoria, além da possibilidade de virar cogestora dos fundos ao demonstrar sua expertise na administração dos imóveis.

“O mercado de FIIs se desenvolveu de uma forma impressionante na última década e queremos estar mais próximos desse investidor,” disse Mascarenhas.

O SC Jive Mauá Corporate fará uma emissão de cotas de até R$ 900 milhões para viabilizar a operação. A oferta será coordenada pela XP.

Segundo o regulamento enviado à CVM, o FII tem um prazo de duração determinado de cinco anos, prorrogável por mais um ano, o que indica que a gestão deve revender os ativos nesse período e tentar desinvestir o fundo com lucro para a São Carlos e os demais cotistas.

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