O novo endereço da Sotheby’s New York é um ícone do brutalismo

NOVA YORK – A Sotheby’s de Nova York terá endereço novo ainda este ano.
A casa de leilões, fundada há quase três séculos, vai se mudar para o icônico Breuer Building, uma construção de design brutalista – o estilo conhecido pelo uso de concreto bruto e aparente que voltou aos holofotes com o filme O Brutalista, dando a Adrien Brody o Oscar de melhor ator por sua interpretação do arquiteto húngaro László Tóth, um personagem fictício.
O Breuer Building foi projetado por um arquiteto húngaro que existiu de fato, Marcel Breuer, e foi inaugurado em 1966, ainda no auge do brutalismo.
O prédio fica na Madison Avenue, esquina com a Rua 75, no Upper East Side, e até 2014 abrigava o Whitney Museum, dedicado à arte moderna e contemporânea.
A Sotheby’s, hoje instalada na York Avenue, pagou US$ 100 milhões ao Whitney pelo prédio. A mudança para o Breuer vai ocorrer pouco depois da casa de leilões atrair o fundo soberano de Abu Dhabi como investidor, no ano passado.
Para tocar a adaptação do Breuer, a Sotheby’s contratou o escritório suíço Herzog & de Meuron Architekten, de Basel, e os arquitetos nova-iorquinos da PBDW.
Especializado em espaços culturais, o Herzog & de Meuron já trabalhou em projetos para a Tate Modern, de Londres, o M+ Museum, de Hong Kong, e o Young Museum, de San Francisco. Em 2001, os fundadores Jacques Herzog e Pierre de Meuron receberam o Pritzker, o maior prêmio da arquitetura internacional.
Herzog disse que o escritório sempre gostou de trabalhar “com edifícios prontos, tanto por uma perspectiva de sustentabilidade quanto pelo engajamento consciente com estruturas de outra era que precisam ser preparadas para o futuro.”
Ele e seu sócio planejam respeitar a visão original de Marcel Breuer, revigorando espaços perdidos e abrindo novas áreas.
O projeto inclui espaços de galeria de última geração, salas de leilão reimaginadas, exposições de diversas categorias de colecionismo e um restaurante. A ideia é tornar o prédio acessível para o público em geral.
Esta é a mesma filosofia que os suíços aplicaram há pouco mais de uma década ao repaginarem o Park Avenue Armory, em Manhattan, um espaço cultural de 52 mil metros quadrados, sem colunas, e que ocupa um quarteirão entre as ruas 66 e 67 na Park Avenue.
Quando saiu do Breuer em 2014, o Whitney Museum se mudou para um espaço com mais vidro e luz, projetado pelo arquiteto italiano Renzo Piano, na beira do Hudson, no Meatpacking District.
Em seu lugar, o Breuer passou a receber a coleção moderna do Metropolitan Museum, que rebatizou o espaço de Met Breuer.
O local recebeu exposições como a da retrospectiva de Lygia Pape (1927-2004), que incluiu as embalagens que a artista criou para os biscoitos Piraquê, em circulação até hoje.
Em 2020, no entanto, o Met Breuer fechou por causa da pandemia e nunca mais reabriu. Até recentemente, o espaço estava sendo usado para acolher as obras da Frick Collection, que estava fechada para obras.