Cury lança follow-on para pagar dividendos antes do novo IR

Cury lança follow-on para pagar dividendos antes do novo IR
|

A Cury acaba de lançar uma oferta primária de ações que pode levantar cerca de R$ 600 milhões – estimativa que considera o fechamento de ontem (R$ 37,10).

Este será o primeiro follow-on da companhia desde o IPO em 2021.

A empresa quer usar o dinheiro para fazer uma distribuição extra de dividendos aos acionistas ainda em 2025, num esforço para se antecipar à reforma do IR, que entra em vigor em janeiro e vai taxar em até 10% quem tem rendimentos superiores a R$ 50 mil por mês, incluindo o recebimento de dividendos, para compensar a isenção de quem ganha até R$ 5 mil.

A empresa deve então fechar o ano com mais de R$ 1,3 bilhão em dividendos. Até o momento, já foram distribuídos R$ 513 milhões, e há também um montante de R$ 250 milhões já anunciado e ainda não pago.

A distribuição extra já estava no radar da Cury desde as discussões do projeto do IR no Congresso, mas a companhia estava aguardando a apreciação no Senado, depois da aprovação na Câmara, para tomar uma decisão em cima da interpretação final.

O projeto foi aprovado pelo Senado no início de novembro e sancionado na semana passada pelo presidente Lula.

Desde a mudança da lei, uma série de empresas com grande capacidade de gerar caixa tem buscado alternativas para se antecipar, incluindo tomar dívida.

Impulsionada pelo bom momento do Minha Casa Minha Vida, a Cury é apontada por analistas como uma das incorporadoras que se destacam pela performance de vendas, pela geração de caixa e pela capacidade de pagar dividendos.

Em 12 meses até o terceiro trimestre, a empresa registrou cerca de R$ 500 milhões em geração de caixa.

Em conversas com analistas, a direção da Cury disse que a geração de caixa tem sido um dos principais indicadores da empresa em razão de uma gestão disciplinada do capital de giro e de um estoque enxuto.

A empresa também está otimista com 2026 – esperando novos incentivos do governo ao MCMV – e deve ampliar o volume de lançamentos para algo entre R$ 9 bi e R$ 9,5 bi de VGV, uma alta de 12% ante os R$ 8,5 bilhões estimados para 2025.

A oferta lançada hoje soma 16,2 milhões de ações. O pricing está previsto para o dia 11 de dezembro.

Os coordenadores são Itaú BBA (líder), BTG Pactual, Bank of America e Caixa.

Siga o Metro Quadrado no Instagram

Seguir