O cerco ao Airbnb não bastou: o aluguel está ainda mais caro em NYC

O cerco ao Airbnb não bastou: o aluguel está ainda mais caro em NYC
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O cerco legal ao Airbnb e outras plataformas de locação de curta duração iniciado dois anos atrás em Nova York está sendo insuficiente para resolver a crise do mercado de locação residencial na cidade.

Pelo contrário, está ainda ainda mais difícil alugar um apartamento, segundo informações do Wall Street Journal.

A taxa de vacância dos aluguéis residenciais em Manhattan se aproximou das mínimas históricas em julho e ficou em 2,45%.

Já o preço médio para locação alcançou os US$ 4,7 mil por mês, um valor recorde para a região.

“A lei parece não ter um impacto substancial em tornar os aluguéis mais acessíveis,” Jonathan Miller, diretor executivo da empresa de avaliação imobiliária Miller Samuel, disse ao WSJ.

As medidas contra o mercado de short stay fazem parte de um pacote que ficou conhecido como Local Law 18 e incluem proibições para locações de imóveis inteiros por menos de 30 dias e a exigência de que o proprietário do imóvel esteja presente durante a estadia dos hóspedes.

Quando a lei entrou em vigor, em setembro de 2023, um dos principais objetivos dos legisladores era proteger o estoque limitado de moradias disponíveis em NY.

Especialistas estimavam que as plataformas short stay registravam 38,5 mil unidades no início daquele ano. 

O número parece pequeno quando comparado ao estoque disponível para o mercado geral, que superava um milhão de unidades naquela época. Mas apenas cerca de 40 mil delas estavam vagas, o que justificou o cerco ao Airbnb e às plataformas semelhantes.

“Não podemos nos dar ao luxo de perder uma única unidade habitacional quando há um enorme problema de vacância em Nova York”, Christian Klossner, diretor executivo do Gabinete de Fiscalização Especial da cidade, disse ao WSJ.

Agora, o número de unidades disponíveis no mercado de short stay caiu para cerca de 3 mil.

Mas os dados sobre vacância e preços de locação mostraram que o Airbnb não era o único problema da cidade.

Entre os outros fatores que afetam o mercado de locação residencial e o déficit habitacional de NYC como um todo estão a demanda aquecida e a escassez de terrenos para novas construções.

Para driblar esses problemas, a Prefeitura criou em 2022 um programa de locação de hotéis desativados e prédios do segmento econômico para abrigar pessoas em situação de vulnerabilidade.

A medida levou investidores a comprarem antigos hotéis para conversão residencial. Atualmente há pelo menos 10 empreendimentos do tipo passando por processos de retrofit.

Já a escassez de terrenos motivou uma ousada proposta: expandir artificialmente a ilha de Manhattan.

A ideia partiu de um economista da Rutgers University que propôs aumentar a área atual da região em até 12% com a criação de uma ilha artificial no sul do território. 

A nova ilha teria capacidade para acrescentar cerca de 178 mil novas unidades habitacionais a Manhattan. Mas custaria dezenas de bilhões de dólares e levaria décadas para ser construída.

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