Ação da Helbor despenca após balanço frustrar

A temporada de balanços fez mais uma vítima entre as incorporadoras.
As ações da Helbor caíam 12% por volta das 15h, a R$ 2,32, entre as maiores quedas da bolsa no dia, com o mercado reagindo à performance da incorporadora no primeiro trimestre, publicada ontem à noite.
O lucro líquido da companhia — que cresceu 8,4% na base anual, para R$ 7,6 milhões — frustrou por exemplo o BTG Pactual, que esperava resultado de R$ 14 milhões e notou que o ROE anualizado ficou em um “fraco” 2%.
Segundo o banco, o resultado menor que o esperado é explicado principalmente pelas despesas financeiras.
Embora as despesas financeiras tenham caído 39% em um ano, para R$ 17,2 milhões, o patamar ainda ficou abaixo da expectativa.
No trimestre, a empresa continuou reduzindo sua alavancagem, algo que os analistas do BTG classificam como “fundamental para a tese de investimento”, porém o banco disse que o ambiente de juros ainda elevados limita a recuperação dos segmentos de médio e alto padrão e pressiona os lucros.
A relação entre a dívida líquida e o patrimônio líquido consolidado caiu de 68,5% para 53,6% em um ano. Mas a Helbor encerrou o trimestre com uma posição de dívida que o BTG considera ainda elevada, de R$ 1,7 bilhão.
Ao longo do trimestre, a incorporadora pré-pagou uma Cédula de Crédito Bancário (CCB) de R$ 200 milhões, além de aditar o prazo de pagamento de outro título e emitir duas novas CCBs que somam quase R$ 30 milhões.
A receita operacional líquida de R$ 299,2 milhões também desapontou o BTG. A alta foi de apenas 1,1% em relação ao 1T24 e ficou 4% abaixo das estimativas do banco.
Outro indicador que não alcançou o patamar esperado foi a geração de caixa consolidada de R$ 16,4 milhões – contra uma expectativa de R$ 30 milhões.
Porém, o BTG relembrou que, ao incluir na conta o fluxo de SPEs não controladas, como as dos empreendimentos Reserva e Elo Caminhos da Lapa, a geração sobe para R$ 69,5 milhões.
Entre os pontos positivos do balanço, o BTG destacou que o lucro bruto ajustado de R$ 133 milhões, uma alta de 7% ante o mesmo período do ano passado, superou as expectativas, assim como a margem bruta de 44%.
E os analistas disseram ainda que a ação da Helbor pode ser uma das principais beneficiadas em um cenário macro mais positivo, com taxas de juros em queda, graças ao processo de desalavancagem e o valuation descontado dos papéis.
O banco manteve a recomendação neutra para a Helbor, com preço-alvo de R$ 4,70.