JP Morgan eleva Eztec e rebaixa Cury e Direcional, prevendo virada macro

JP Morgan eleva Eztec e rebaixa Cury e Direcional, prevendo virada macro
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Prevendo uma virada no cenário macroeconômico nos próximos meses, o JP Morgan mexeu nas suas recomendações para as ações de incorporadoras.

O banco elevou Eztec para compra e rebaixou Cury e Direcional para neutro – o que se reflete no movimento das ações no pregão de hoje.

Por volta das 12h20, a Eztec operava em alta de 4,2%, enquanto Cury e Direcional recuavam 3,5%.

Apesar da queda de hoje, os papéis da Direcional acumulam alta de 72% no ano, enquanto a Cury salta 90% no mesmo período – e até por isso os analistas dizem que assumem o risco de terem se precipitado.

Afirmam ainda assim que, com as eleições no Brasil se aproximando e a perspectiva de um início de ciclo de corte dos juros em dezembro, os investidores devem adicionar ações com um beta mais elevado no portfólio.

O beta é um indicador utilizado para medir o risco de um ativo em relação a uma referência — que costuma ser o Ibovespa para as ações nacionais. Quanto maior o beta, maior o risco de volatilidade da carteira na comparação com o benchmark.

Para o JP Morgan, o novo cenário macro que se desenha favorece ações com um beta elevado e um P/E mais baixo, como Tenda, Cyrela — que já tinham recomendação de compra — e a recém-elevada Eztec.

As três companhias negociam perto de 6x P/L segundo as estimativas para 2026. No caso da Eztec, há expectativas que esse patamar mude com um fluxo de notícias positivas sobre a potencial venda da Esther Towers.

Os analistas esperam que o projeto – um dos principais da companhia – seja vendido por uma cifra que deve variar de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões ao longo dos próximos dois anos.

Além disso, a incorporadora também deve se beneficiar de uma melhora nas perspectivas para os segmentos de média e alta renda. O preço-alvo é de R$ 20,50, com um upside potencial de 34%.

Por outro lado, Cury e Direcional negociam em um nível acima de 8x P/L e tem um potencial de valorização menor – daí o downgrade.

“Acreditamos que essa tese se mostrará correta nos próximos 12 meses, já que, historicamente, o desempenho das construtoras tem estado mais vinculado ao sentimento do que aos fundamentos,” dizem os analistas.

No relatório, o JP Morgan também atualizou sua lista de preferências para o setor, que agora tem a seguinte ordem: Tenda, Cyrela, Eztec, Cury, Direcional e MRV. 

As três primeiras incorporadoras têm indicação de compra, enquanto a recomendação para as três últimas é neutra.

A Tenda é a favorita do momento pelo alto potencial de valorização — cerca de 50% em relação ao preço-alvo do banco para 2026, que é de R$ 36,50 por papel.

Já a Cyrela é considerada pelo JP “a melhor ação” para o ciclo de queda dos juros e uma potencial mudança de governo dada sua exposição à média e alta renda. O preço-alvo é de R$ 40.

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