Maxi Renda, da XP, redescobre o equity em deal com a Nortis

O FII Maxi Renda (MXRF11), um fundo da XP Asset que atua principalmente com crédito e permutas, está voltando a fazer uma aposta em equity.
O FII está se tornando sócio de dois empreendimentos residenciais de alto padrão da incorporadora Nortis que serão lançados na zona sul de São Paulo.
Muito popular entre investidores pessoa física, com mais de 1 milhão de cotistas, o Maxi Renda só fez quatro deals de equity com incorporadoras em seus 13 anos de existência. O último foi há dois anos. Mais de 90% do portfólio está concentrado em crédito e permutas.
Embora seja comum que incorporadoras recorram a sócios financeiros para empreendimentos, este caminho tem sido mais buscado em tempos de juro alto e dinheiro mais escasso.
Para o Maxi Renda, a aposta em equity não se dá apenas por uma diversificação, mas também pelos retornos atrativos. Na incorporação, as margens podem superar INCC+20% ao ano.
É a primeira vez que a XP participa de um projeto de alta renda da Nortis, a incorporadora fundada por Carlos Terepins.
A gestora já conhecia bem a Nortis por ter participado, por meio de outros fundos, de cinco empreendimentos da marca econômica da companhia, a Vibra, alocando mais de R$ 70 milhões em permutas financeiras.
Este histórico foi suficiente para que o head de fundos estruturados da XP Asset, André Masetti, visse na incorporadora um sócio confiável.
“Tomamos essa decisão pela tradição da família, que conhecemos há muito tempo, com alinhamento para termos uma governança compartilhada,” Masetti disse ao Metro Quadrado.
Cada empresa terá 50% de participação nos projetos.
O primeiro deve ser lançado em maio, no Brooklin, com o nome de Tess Brooklin. Cada sócio entrou com R$ 30 milhões no projeto, somando R$ 60 milhões de exposição, montante destinado à compra de terrenos e a outros custos como marketing e estande.
Já o segundo ficará para o segundo semestre, no Campo Belo, e vai exigir um desembolso de cerca de R$ 50 milhões no total, ou R$ 25 milhões de cada acionista.
Os dois empreendimentos serão erguidos em terrenos de cerca de 3 mil metros quadrados. O VGV somado é de cerca de R$ 700 milhões – de R$ 360 milhões para o Brooklin e R$ 340 milhões para o Campo Belo.
Daniel Terepins, diretor de desenvolvimento e aquisição de terrenos da Nortis, diz que o cenário de juros elevados também deixou o consumidor de alta renda mais seletivo, e por isso está priorizando terrenos grandes.
“Queremos ter espaço para poder ter instalações como quadras de tênis, piscina descoberta, brinquedoteca, e assim as famílias possam resolver boa parte das suas vidas no empreendimento,” disse Daniel.
A escolha do Brooklin para o primeiro empreendimento se deve a uma percepção de que o bairro ainda está em formação.
“Vejo um forte potencial de valorização num bairro que tem todos os atributos, com oferta de serviços, para ser um dos principais de São Paulo nos próximos anos,” disse.
O empreendimento do Brooklin terá 125 unidades, de tamanhos entre 130 m² e 170 m². Já o de Campo Belo – que não ficará tão próximo de Congonhas e sim de Santo Amaro – ainda está sendo projetado, mas deve ter 60 unidades de 300 m² cada.