O plano da Apex Partners no real estate: incorporar além do seu quintal

A capixaba Apex Partners tem um plano ambicioso: tornar-se o principal banco de investimentos regional do Brasil. Para isso, está expandindo seus negócios de real estate para quatro novas cidades no Sudeste e no Sul.
O grupo está chegando a Itajaí, em Santa Catarina, Londrina, no Paraná, e a São Paulo – com investimentos em empreendimentos residenciais que somam pouco mais de R$ 580 milhões em VGV.
Além disso, a instituição deve participar também do lançamento de outros empreendimentos com cerca de R$ 1 bilhão em VGV ainda neste ano e acrescentar Florianópolis à lista de novos mercados.
Ainda em Santa Catarina, a empresa firmou acordos para desenvolver seu primeiro galpão logístico em Navegantes — um ativo com 90 mil metros quadrados de área bruta locável e investimento da ordem de R$ 300 milhões.
“Temos regiões que são muito pujantes e alavancas do crescimento econômico do Brasil, como o Centro-Oeste e Sul, mas que ainda estão muito desconectadas das soluções de mercado de capital,” o diretor de real estate da Apex, Marcelo Murad, disse ao Metro Quadrado.
Para fomentar esses mercados, a Apex associa-se a incorporadoras locais e entra nos projetos via equity, com uma participação média de 65% nos empreendimentos.
“Não é por uma questão necessariamente de controle — porque o nosso esforço de gestão é o mesmo se tivermos 10% ou 90% — mas sim pela otimização e produtividade do capital,” disse Murad.
Fundada em 2013, a Apex nasceu como uma boutique de private equity em Vitória e se expandiu ao longo dos anos para abarcar também operações de assessoria de investimentos, research, gestão de recursos e investment banking. O total de ativos “sob supervisão” chega a R$ 14 bilhões.
A divisão de real estate nasceu em 2016 com a chegada de Murad como sócios. Atualmente, o segmento soma R$ 3 bilhões em investimentos — incluindo ativos sob gestão e sob supervisão —, com a maior parte deles ainda concentrados no estado natal do grupo.
Agora, a estratégia é escolher projetos em cidades nas quais a Apex já atua em outras frentes de negócio para conhecer melhor o mercado. “Começamos com uma operação de consultoria e assessoria de investimentos e depois a criamos a operação de real estate.”
Em Porto Alegre, por exemplo, o grupo fez um movimento de aquisição recentemente e deve criar uma estrutura para começar a investir no mercado local nos próximos meses.
Depois de consolidar a presença no Sul, Murad afirma que o próximo passo é partir para o Centro-Oeste em 2026 e 2027. “Devemos começar por Brasília e Goiânia antes de ir para o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.”
Apesar de focar na tese de desenvolvimento regional, o grupo também decidiu fincar bandeira em São Paulo já este ano por considerar que a cidade é uma base institucional importante para muitos de seus clientes.
“É um ponto de apoio e uma alavanca para potencializar o investimento em todas essas regiões.”
Já do ponto de vista dos projetos, o grupo tem focado na logística e no residencial, especialmente de alto padrão.
Segundo Murad, esse é o segmento mais resiliente à pressão dos ciclos econômicos turbulentos que o mercado brasileiro enfrenta.
“Como o cerne da nossa tese é a proteção de patrimônio, acreditamos que no alto padrão conseguimos capturar mais valorização no longo prazo.”
Um dos próximos lançamentos em que a Apex investiu, por exemplo, é um projeto na Praia Brava de Itajaí, região que é a aposta do mercado local para destronar Balneário Camboriú como o m² mais caro do Brasil.