Trump articula oferta de ações da Fannie Mae e Freddie Mac

Trump articula oferta de ações da Fannie Mae e Freddie Mac
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O Governo Trump está trabalhando para viabilizar uma oferta de ações das duas empresas do setor imobiliário que desde a crise de 2008 estão sob tutela do governo americano.

A informação é do The Wall Street Journal, citando fontes a par das discussões.

A Fannie Mae e a Freddie Mac agrupam e vendem hipotecas e hoje representam 50% do mercado hipotecário dos Estados Unidos.

Duramente atingidas pela crise do subprime, as duas empresas saíram da bolsa de Nova York em 2010 depois da intervenção do governo e passaram a ser negociadas no mercado de balcão, onde a liquidez é menor e o acesso de investidores é mais restrito. 

A oferta estudada agora seria portanto um novo IPO.

Ainda não está definido se o IPO seria de uma empresa combinada ou separadamente, mas o plano é levantar aproximadamente US$ 30 bi ainda neste ano – o que seria o maior IPO da história, superando os US$ 29,4 bi da Saudi Aramco na Arábia Saudita em 2019.

O montante seria arrecadado com a venda de 5% a 15% das ações, com um valor de mercado estimado em cerca de US$ 500 bi na soma das duas.

A Fannie Mae e Freddie Mac estão sob a tutela do governo em um regime conhecido como conservatorship – uma espécie de intervenção do estado para garantir a estabilidade do sistema financeiro. 

Com o colapso do mercado imobiliário na crise de então e o aumento das inadimplências, essas empresas tiveram perdas enormes, com risco de falência. 

Como são fundamentais para o financiamento de casas nos EUA, o governo assumiu o controle de ambas para evitar uma crise maior no sistema, garantindo a continuidade do crédito imobiliário.

O governo vê o momento como oportuno para o IPO devido à combinação de fatores macroeconômicos e políticos. 

As duas empresas já devolveram ao Tesouro mais recursos do que receberam no socorro, além de estarem em uma fase de lucros robustos. 

No ano passado, a Fannie Mae lucrou US$ 17 bi e a Freddie Mac, US$ 12 bi.

A venda de parte das ações também permitiria ao governo arrecadar recursos e ao mesmo tempo testar o apetite dos investidores antes de uma eventual saída completa.

Após a oferta, a ideia do governo é ter algum nível de supervisão pública, além das chamadas garantias implícitas, que não chegam a ser um compromisso formal, mas um indicativo de que o governo seguirá protegendo os investidores em momentos de crise. 

O presidente Trump tem se reunido com os CEOs dos maiores bancos americanos – como Citi, Bank of America e JP Morgan – para discutir os detalhes do IPO e buscar apoio para viabilizar a operação. 

Após a divulgação dos planos pelo WSJ, os papéis negociados no mercado de balcão dispararam na sexta-feira: a Fannie Mae subiu 20% e a Freddie Mac, quase 19%.

 

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