Na Flórida, um mercado pró-comprador começa a dar as caras

O mercado imobiliário do sul da Flórida, que inclui Miami, está dando sinais de uma virada favorável aos compradores, o chamado buyer’s market.
Os vendedores estão reduzindo o preço dos imóveis, o inventário está demorando mais para sair, as vendas de casas e apartamentos estão desacelerando e os preços crescem em um ritmo lento, segundo informações do The Real Deal.
O portal relata cortes de US$ 10 mil a US$ 70 mil no mercado de médio padrão e descontos de US$ 5 milhões a U$ 6 milhões no alto padrão.
Cerca de 85% dos condados da Flórida registraram queda nos preços das residências em julho, com um recuo de 3,4% na média, de acordo com um relatório da Intercontinental Exchange (ICE).
O cenário exige um ajuste de expectativas em relação à velocidade e à cifra final das vendas.
A mudança no mercado ocorre em um momento no qual a Flórida registra um aumento na conversão de prédios para renda, os multifamily, em condomínios para venda, uma tendência que não era vista desde antes da última grande recessão.
Mas as taxas salgadas para manutenção e outros custos associados aos condomínios, como as mensalidades de Homeowners Associations (HOAs), afastam os potenciais compradores.
O ritmo mais lento de vendas e as conversões aumentam o número de propriedades disponíveis, dando uma gama maior de escolha para os compradores e impactando também o número de cancelamentos.
Segundo um relatório da Redfin, a Flórida é um dos estados dos EUA onde os acordos para aquisições de imóveis têm mais chances de subir no telhado.
Em Fort Lauderdale, por exemplo, 21% das compras pendentes em julho foram canceladas. Em Miami esse percentual é de 17%.
A exceção são as propriedades de luxo, que, apesar de não estarem se esgotando rapidamente, têm conseguido manter o nível de preços e atraem investidores de todo o mundo, incluindo brasileiros.
O Grupo Leste, por exemplo, está construindo dois residenciais de luxo em Coconut Grove, tradicional bairro de alto padrão de Miami.
Na mesma região, a Iron Capital investiu em um prédio boutique voltado à alta renda, com 14 unidades e tíquete médio de US$ 3,5 milhões.
Em outro bairro da cidade, a Galapagos Capital fará sua primeira incursão no mercado de luxo norte-americano com um condomínio em Wynwood.