Ação da Cury dispara após balanço surpreender mercado

O segundo tri da Cury animou os investidores da incorporadora.
As ações da companhia subiam 6,3% por volta das 14h – a maior alta do setor – depois de a empresa bater o consenso do top ao bottom line.
A companhia registrou lucro líquido de R$ 236,7 milhões no período, expansão de 37,5% na comparação anual e 9% acima do consenso – além de um ROE de 70,1%, um dos maiores do mercado.
“A Cury segue como nossa top pick entre as construtoras, por entregar crescimento de lucro, geração de caixa e pagamento de dividendos,” disseram os analistas da XP.
Para eles, o grande trunfo da empresa é a combinação entre crescimento forte, rentabilidade elevada e capacidade de execução.
A receita operacional líquida somou R$ 1,3 bi, alta de 34,9% em um ano. As vendas líquidas bateram R$ 2,3 bilhões, um avanço de 29,3%, e o VGV foi de R$ 2,1 bi, aumento de 49,4%.
O crescimento da receita veio de uma combinação de vendas fortes, maior volume de repasses e avanço na produção, disse a XP.
Já o Santander destacou a eficiência operacional da companhia, que impulsionou a margem bruta para 39,6% e levou o Ebitda ajustado a superar sua estimativa em mais de 10%.
O Ebitda da incorporadora atingiu R$ 323 milhões, um salto de 54,6% em relação a igual trimestre do ano passado.
A margem bruta, também acima do esperado, refletiu um cenário de custos controlados e aumento nos preços, apoiado pelas atualizações do Minha Casa Minha Vida, disse a XP.
O Itaú BBA também se surpreendeu com os gastos comerciais, que ficaram 25% abaixo do esperado pelo banco.
Outro ponto que agradou o Itaú foi o anúncio de um novo programa de recompra de ações, de até 10% dos papéis em circulação, ou R$ 412,7 milhões na cotação de ontem, o que representa um yield de 4,7%.
O landbank também foi destaque, e atingiu R$ 21,1 bilhões em VGV potencial, um novo recorde.
Ainda que a geração de caixa tenha caído 32% em relação ao segundo trimestre de 2024, totalizando R$ 103,3 milhões, Itaú e XP pontuam que a performance operacional da Cury segue sólida.
Em um ano, as ações da Cury acumulam valorização de mais de 40%.
O Itaú calcula que o papel é negociado a 7,8x o lucro estimado para 2026 — e ainda tem espaço para valorização, com preço-alvo de R$ 42 por papel, um potencial de alta de 43% em relação ao fechamento de ontem.