A Cury está dominando o Porto Maravilha – e crescendo no Rio

A incorporadora paulistana Cury está cada vez mais carioca.
Incorporando no Rio de Janeiro desde 2010, a empresa terminou o ano passado com um VGV lançado de cerca de R$ 2 bilhões na cidade, ou 30% de todos os mercados onde atua, incluindo o estado de São Paulo.
Dez anos antes, em 2014, o Rio somava apenas R$ 200 milhões em VGV, ou pouco mais de 10% do que a Cury lançou naquele ano.
A expansão é explicada principalmente pelo foco da companhia no Porto Maravilha, na zona portuária do Rio, um trecho onde ficam o Museu do Amanhã, o Boulevard Olímpico e a Pedra do Sal.
Dos 15 lançamentos residenciais que existem hoje na área, 14 são da Cury, totalizando 11 mil unidades entre as já entregues e as que ainda ficarão prontas, com VGV somado de R$ 4 bilhões.
“Enquanto as empresas da zona sul viam o Porto como se estivessem olhando para trás, nós enxergávamos o Porto olhando para a frente,” Leonardo Mesquita, o vice-presidente comercial da Cury, disse ao Metro Quadrado.
Com histórico mais forte na zona norte e na zona oeste, a incorporadora viu a oportunidade na região central quando a Prefeitura criou a Operação Porto Maravilha, logo após as Olimpíadas de 2016.
O projeto busca recuperar a zona portuária, levando mais pessoas, empresas e infraestrutura para a região, que inclui os bairros do Santo Cristo, Gamboa, Saúde, trechos do Centro, Caju, Cidade Nova e São Cristóvão.
A operação incentiva também a adição de fachadas ativas nos empreendimentos residenciais. No caso da Cury, 12 prédios possuem essas lojas. Um deles, o Epicentro, tem um mall.
Algo que chamou a atenção da Cury desde o início foi a oferta de terrenos maiores e a mobilidade urbana presente no bairro, que conta com VLT, ônibus, e está perto do metrô e dos dois aeroportos da cidade. Há ainda acessos para a Avenida Brasil e a Ponte Rio-Niterói.
“É uma localização tão estratégica que efetivamente não tem um lugar perto de um centro de uma cidade no País que tenha esse tipo de mobilidade,” disse o executivo da Cury. “E ainda tem a questão histórica: você está não só onde começou o Rio de Janeiro, está onde começou o Brasil.”
Assim como a Operação Porto Maravilha, o Reviver Centro, outra iniciativa da Prefeitura focada no setor imobiliário, também tem ajudado a mudar a dinâmica da região.
Quando prédios residenciais começaram a ser construídos ali, a resposta inicial do carioca foi questionar a segurança da região, dado que, pela dinâmica corporativa do Centro, aquele pedaço ficava vazio depois das 18h.
No início, a Cury olhava muito para os moradores da zona norte como público-alvo, já que eles estariam indo para um lugar com nível de segurança similar, mas com a vantagem do acesso a uma boa oferta de transportes.
No fim das contas, contudo, 30% das pessoas que já compraram as unidades da Cury no Porto Maravilha nem são da capital, e sim de lugares como Baixada Fluminense, Itaboraí e São Gonçalo.
“Pela quantidade de prédios subindo e pela movimentação diária, a sensação é de que as coisas já mudaram,” disse Leonardo.
Agora a Cury enxerga o bairro de São Cristóvão – a adição mais recente da Operação Porto Maravilha – como o próximo polo de desenvolvimento da região, e vai fazer alguns lançamentos no bairro ainda este ano, um deles atrás de onde será o futuro estádio do Flamengo.
Mas, claro, sem tirar dos planos os bairros que já faziam parte do Porto Maravilha.
“Eu diria que esse é um momento de redobrar a nossa aposta no Porto,” disse.
Na foto acima, o Epicentro Porto Maravilha, da Cury.