A prioridade da Brookfield para aumentar seu portfólio no Brasil

A Brookfield Properties quer aumentar seu portfólio de multifamily no Brasil. A empresa tem analisado oportunidades nos segmentos de logística a escritórios, mas entende que o multifamily é o mais atrativo no momento.
A gigante canadense investe neste mercado desde 2021 e é dona da maior carteira de multifamily do País, com seis mil unidades, num mercado total ainda tímido, de pouco mais de 13 mil unidades.
“A ideia é ter mais unidades. O céu é o limite. Lá fora há mais de 50 mil apartamentos. Não sei se conseguimos chegar nesse volume aqui, mas dá para crescer muito ainda,” Hilton Rejman, presidente executivo da empresa, disse ao Metro Quadrado.
Da carteira da Brookfield, cerca de 2,5 mil estão em operação — a mais recente se iniciou hoje em um edifício histórico no Rio de Janeiro, o Cinema Glória — e o restante em desenvolvimento.
O executivo diz que o setor é impulsionado no Brasil tanto pela dificuldade da compra da casa própria, quanto pela preferência das gerações mais jovens pelo aluguel.
A chegada das empresas chinesas ao Brasil também pode ajudar a fomentar o mercado.
A empresa locou recentemente alguns de seus apartamentos em Lauro de Freitas, na Bahia, para colaboradores da BYD após a gigante chinesa inaugurar uma fábrica na vizinha Camaçari em julho.
“O mercado de escritórios, por exemplo, é muito mais focado em São Paulo e Rio, já o de multifamily pode ser replicado em qualquer grande metrópole que tenha transporte público e uma massa crítica de população.”
Na hora de escolher os ativos, porém, a empresa exige escala, adquirindo apenas empreendimentos inteiros e priorizando prédios com no mínimo 100 unidades.
“É um número que fecha a conta, pois aí temos uma demanda e um volume de apartamentos que sustenta a operação,” disse Rejman.
Já a saída desse investimento no futuro deve se dar via fundos imobiliários.
Por enquanto há cerca de meia dúzia de FIIs do segmento na Bolsa, mas Rejman diz que a queda dos juros deve fomentar a captação de novos ativos e abrir janelas para uma eventual venda.
“Pensamos hoje até em ter um FII próprio da Brookfield para esse portfólio,” disse o executivo.