Alea, da Tenda, chega ao RS com casas para desabrigados por enchentes

A Alea – investida de casas pré-moldadas da Tenda – está chegando ao Rio Grande do Sul.
A companhia se juntou à Prefeitura de Canoas – uma das cidades mais atingidas pelas enchentes do ano passado – para construir 1,5 mil unidades de habitação social para as famílias afetadas.
As casas vão custar R$ 200 mil cada e serão bancadas pela União, como parte de uma das ações do Ministério das Cidades para ajudar na reconstrução do estado.
O ministério prevê a construção de 11,5 mil residências em 10 cidades gaúchas, ao preço máximo de R$ 200 mil. Se os números se confirmarem, o desembolso total da União será de R$ 2,3 bilhões.
Para participar da iniciativa, as empresas precisam receber uma carta-convite dos municípios. Com o documento em mãos, vão à Caixa Econômica Federal para pedir a liberação do subsídio.
As 1,5 mil unidades da Alea em Canoas somam VGV de R$ 300 milhões. Segundo o COO da empresa, Luis Martini, a rentabilidade do empreendimento está “em linha com os demais projetos da companhia.”
“Entendemos que esta é uma oportunidade única de ajudar a população de Canoas e o estado do Rio Grande do Sul,” ele disse ao Metro Quadrado.
O projeto em Canoas foi idealizado em parceria com a loteadora Nova Harmonia e marca a entrada no Rio Grande do Sul da Alea, que tem uma operação focada no interior de São Paulo e alguns negócios menores no Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Fundada em 2020 com um investimento inicial de aproximadamente R$ 400 milhões pela Tenda, a Alea é especializada em construção offsite, um processo de produção de estruturas pré-fabricadas na sua fábrica no interior paulista e depois montadas no local da obra.
Com capacidade produtiva de 10 mil unidades anuais, a Alea teve vendas líquidas de R$ 340 milhões e margem bruta ajustada de 9,6% em 2024.
No fim do ano passado, a companhia foi avaliada em R$ 1,1 bilhão depois de receber um aporte do fundo Good Karma Partners, que adquiriu 6,97% da companhia com um investimento de R$ 80 milhões.
O novo valuation de Alea representa dois terços do valor da Tenda em bolsa.
Para o projeto em Canoas, a empresa desenvolveu um modelo específico para atender aos moradores. Serão residências populares de 42 m² e 43 m², produzidas em madeira.
Hoje, o decreto federal prevê a construção de três mil unidades em Canoas. Além do acordo com a Alea, a cidade já assinou contratos para outros dois empreendimentos, que somam 1,5 mil unidades.
A Prefeitura, no entanto, quer chegar a 6 mil residências construídas no total até 2028.
“E nós temos condições de ampliar para a nossa construção para mais 1,5 mil casas,” disse o COO da Alea.
Apesar do foco neste momento estar na aprovação do projeto e no início das obras em Canoas, a companhia também não descarta expandir sua atuação na região. “Nós temos capacidade fabril para ampliar a construção em outras cidades,” disse Martini.