As cinco cidades que mais lançam condomínios de casas (só uma é capital)

Os condomínios de casas estão sendo lançados no Brasil com maior frequência em cidades de médio porte ou nas regiões metropolitanas.
Dos cinco municípios que mais lançaram condomínios horizontais no ano passado, apenas um é uma capital de estado, segundo levantamento da consultoria Brain.
São regiões que se beneficiam por terem terrenos mais acessíveis, infraestrutura urbana em expansão e menor adensamento.
É tanto que as próprias incorporadoras locais que trabalham principalmente com edifícios começaram a diversificar as construções e fazer condomínios horizontais, como a Plaenge e a São Benedito, de Cuiabá, a única capital no ranking.
Confira a seguir a lista:
1 – Uberaba, Minas Gerais
Conhecida por ser um pólo agropecuário, Uberaba acelerou a sua expansão recentemente após receber também investimentos em logística e energia limpa, aproveitando sua localização estratégica entre os eixos São Paulo–Goiás–Distrito Federal, com boa infraestrutura rodoviária e ferroviária.
No ano passado, foram 2.938 unidades lançadas em condomínios de casas, reforçando a sua vocação para empreendimentos horizontais, enquanto o mercado para produtos verticais ainda é tímido.
2 – Eusébio, Ceará
Eusébio é uma cidade vizinha a Fortaleza que há anos atrai um público de alta renda que está fugindo da violência nos bairros nobres e busca uma região mais segura e a uma distância curta de carro para a capital, fenômeno similar ao que ocorreu em Barueri.
Além disso, a demanda por condomínios horizontais em Eusébio está ligada à falta de espaço para construção de empreendimentos desse tipo em Fortaleza. No ano passado, foram 2.737 unidades lançadas em Eusébio.
“Muitas pessoas que trabalham em Fortaleza moram em Eusébio, então essa ausência de oportunidades de terrenos se torna vetor de crescimento,” disse Peixoto Accyoli, CEO da imobiliária Re/Max no Brasil.
3 – Indaiatuba, São Paulo
Durante a pandemia, Indaiatuba foi um dos principais destinos para os paulistanos que buscavam sossego e privacidade fora da capital, o que trouxe um boom populacional para a região.
A cidade lançou 2.064 unidades em 2024, ano em que a vizinha Campinas enfrentou dificuldades de aprovação de parcelamento de solo e de expansão urbana, gerando demanda para Indaiatuba.
“Indaiatuba é uma cidade que já tem uma vocação histórica de grandes condomínios para a classe média e média alta de condomínios horizontais,” disse Guilherme Werner, sócio da Brain.
Em 2025, porém, Indaiatuba está passando por uma pausa nos desenvolvimentos, já que a prefeitura suspendeu por um ano as emissões de certidões de viabilidade para loteamentos residenciais, devido à alta demanda.
4 – Dourados, Mato Grosso do Sul
A força da demanda em Dourados vem do agronegócio e da presença de grandes empresas que enxergam no Centro-Oeste um mercado estratégico — movimento que tem atraído cada vez mais pessoas para a região.
Além disso, também há um traço cultural marcante: por lá, quem investe costuma preferir colocar dinheiro em terrenos. No ano passado, foram 2.035 unidades lançadas na cidade.
“A propriedade do lote sempre foi o predominante nessas regiões,” disse Werner.
5 – Cuiabá, Mato Grosso
Única capital do ranking, Cuiabá também tem demanda por condomínios horizontais impulsionada pelo agronegócio.
Novos players, como a paulistana Habit, foram atraídos por esse mercado. Já construtoras locais, como Plaenge e São Benedito — antes focadas em empreendimentos verticais — também passaram a apostar nos horizontais.
“As empresas que operam em Cuiabá, em relação às demais do ranking, têm mais flexibilidade de parcelamento e acesso a terras bem localizadas na área urbana,” disse Werner.
No ano passado, a cidade teve 1.810 unidades lançadas.