Ele veste celebridades. Agora também vende imóveis de luxo

O personal stylist Yan Acioli – conhecido por vestir celebridades que vão de Luciano Huck a Sabrina Sato – está agora se valendo de seu olhar refinado e de sua rede de contatos para também vender imóveis de luxo em São Paulo.
Trabalhando há nove meses como corretor – sem deixar de ser personal stylist – Yan achou no início que conseguiria manter as duas carreiras separadas, cada uma em sua gaveta, mas percebeu de cara que seria impossível não misturá-las.
A principal mostra disso se deu em sua primeira venda, para os donos de uma revista de moda para a qual havia feito uma capa seis anos antes, apenas 10 dias depois de anunciar o imóvel.
Conformado com o embolamento das profissões, Yan começou a usar seu Instagram de personal stylist (com mais de 300 mil seguidores) para divulgar também o seu trabalho como corretor, fazendo vídeos descontraídos sobre os imóveis à venda – uma moda recém-consolidada entre os corretores.
Em um deles, Yan diz que se antes era o closet a parte de uma casa que mais lhe interessava, agora ele estava aprendendo a admirar cada detalhe de um imóvel.
Hoje a maioria dos imóveis de luxo que Yan vende está na região dos Jardins.
Com a nova carreira, voltou a se sentir estimulado a produzir conteúdo para as redes sociais, inclusive de moda, algo que antes via apenas como uma obrigação profissional.
“A moda me ajudou a ingressar no mercado imobiliário e o mercado imobiliário me reanimou para a moda,” ele disse ao Metro Quadrado.
A ideia de entrar no mercado imobiliário surgiu na pandemia, quando ele estava com 40 anos e passava por uma crise de meia idade.
Com a carreira já consolidada, o personal stylist se perguntava o que mais poderia fazer dali em diante.
Além de Anitta e Luciano Huck, já havia vestido estrelas como Sabrina Sato, Juliana Paes, Ivete Sangalo e Claudia Leitte.
E a própria pandemia afetou sua criatividade, sentindo-se bloqueado.
Isolado em casa, pegou-se completamente obcecado por dois reality shows sobre corretores de imóveis, Selling Sunset e Owning Manhattan, que abriram sua cabeça para uma nova profissão.
Decidido, planejou fazer tudo como mandava o figurino. Estudou, assistiu às aulas, tirou o CRECI e… guardou o certificado na gaveta por três anos.
“A realidade é muito diferente para um corretor que simplesmente resolve ser corretor,” ele disse. “É muito difícil porque é preciso ir para a rua procurar casas, e eu não fui fazer isso.”
Foi só em 2024 que a vontade de ser corretor reacendeu, quando ele e seu marido foram morar juntos e precisaram comprar uma casa. Perceberam que os corretores não mostravam o que pediam e sim o que estava disponível.
Algumas vezes, o casal se apaixonava pelo imóvel e só ao fim da visita descobria que a residência estava fora do orçamento por vários milhões.
A gota d’água foi quando um corretor os levou para uma casa ainda em obra. “Eu só conseguia pensar ‘não, chega, vou entrar nesse ramo, vou para a rua, eu quero fazer isso’.”
Para começar a trabalhar, Yan recorreu à Pilar, uma proptech do mercado imobiliário de alto padrão que o ajudou na estruturação de sua própria imobiliária.
E na hora de definir o nome do seu negócio, ele já sabia como queria chamá-la: Statement – uma expressão por meio da qual poderia ligar o mundo da moda ao real estate.
“Um vestido pode ser statement, um apartamento pode ser statement. E não tem a ver com ser caro. Tem a ver com ser único, exclusivo,” disse o corretor, mostrando que já aprendeu algumas palavras-chave para vender residências de alto padrão.
“Tudo que eu quero desglamourizar na moda, quero glamourizar no mercado imobiliário.”