Atlas Schindler vê mercado crescente para elevadores para casas

Os elevadores ainda são pouco utilizados em casas no Brasil, mas a Atlas Schindler entende que esse é um mercado com potencial para crescer no País.
Para o presidente da companhia e head do Grupo Schindler na América Latina, Flavio Silva, a chamada silver economy é quem deve puxar esse crescimento.
“As pessoas estão ficando mais velhas e, em uma casa, um elevador não é só um meio de transporte, mas também de qualidade de vida,” ele disse ao Metro Quadrado.
Segundo o executivo, o mercado de elevadores domésticos já está mais maduro na Europa — onde o envelhecimento da população também é um fenômeno mais antigo e consolidado —, enquanto ainda representa uma fatia insignificante dos negócios do Grupo Schindler no Brasil.
Mas Silva acredita que a redução do investimento necessário pode ajudar o modelo a ganhar tração.
“O preço do elevador, frente ao custo total da obra, é menor do que já foi no passado e hoje ele não é significativo em casas que têm potencial para receber o equipamento.”
Por enquanto, porém, os carros-chefe da empresa continuam sendo os elevadores voltados a edifícios comerciais, residenciais e hospitalares. A Atlas é líder nacional no transporte vertical.
“O elevador é a espinha dorsal do edifício e temos equipamentos que estão há 99 anos em operação na cidade de São Paulo, por exemplo,” disse Silva.
A Elevadores Atlas foi criada em 1918 no bairro do Canindé como uma pequena oficina para instalação e manutenção de elevadores importados.
A empresa passou a comercializar seus próprios equipamentos na década de 30, celebrando a entrega de seu elevador de número mil em 1937.
Neste mesmo ano, a suíça Schindler inaugurou no Brasil sua primeira subsidiária e fábrica fora da Europa. O grupo comprou todas as ações da Atlas no final dos anos 90 e fundiu as operações no País, dando origem à Elevadores Atlas Schindler, que já vendeu mais de 253 mil unidades até o momento.
A divisão do Grupo Schindler para as Américas — que, além da Atlas, inclui subsidiárias em outros nove países do continente — apresentou uma receita de 3,3 bilhões de francos suíços no ano passado. A cifra representa uma alta de 4,7% ante 2023 e corresponde a 29% do total registrado pelo grupo.
Os números da divisão brasileira não estão disponíveis, mas o presidente da Atlas Schindler acredita que a demanda deve continuar a crescer por aqui nos próximos anos graças ao grande déficit habitacional do País.
“A cidade de São Paulo, por exemplo, tem um déficit de 1,3 milhão de unidades a serem construídas nos próximos cinco anos. E não há como fazer mais condomínios horizontais porque falta terra, então a única solução é a verticalização.”
Silva afirma que a modernização de elevadores antigos também é outra frente de negócio promissora para a companhia.
“No Brasil, existem equipamentos que foram entregues nos anos 50 e 60 e estão rodando até hoje sob normas técnicas que eram muito diferentes das atuais.”
A companhia pode modernizar os sistemas utilizando a tecnologia atual. Mas às vezes essa atualização não é desejada, como no caso de edifícios históricos e preservados.
Para esses cenários, a companhia mantém uma pequena oficina em São Paulo capaz de reproduzir as peças originais e manter os elevadores em funcionamento.
“A manutenção é cara pois é um trabalho muito artesanal, mas não abandonamos o cliente e temos orgulho de dizer que um equipamento que foi entregue em 1926 ainda está operando.”