Essa incorporadora de Campinas já é maior no Rio que em sua cidade natal

Essa incorporadora de Campinas já é maior no Rio que em sua cidade natal
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A incorporadora Azo – fundada em Campinas pela família Vettorazzo, uma das controladoras da Aegea Saneamento – pegou gosto pelo Rio.

Depois de comprar o histórico edifício A Noite em 2023, a empresa acaba de adquirir o último terreno da Rua Joaquim Nabuco, uma das vias que ligam o Arpoador ao Forte de Copacabana, no trecho que os cariocas chamam de “Copanema”.

Graças ao potencial construtivo que conquistou com o retrofit do A Noite – um estímulo do Reviver Centro, o programa da Prefeitura que libera projetos na zona sul para quem investe no Centro – a companhia vai erguer um novo residencial em um terreno de 2,6 mil metros quadrados.

“Hoje estamos atuando nas duas regiões do Rio, e estamos fazendo valer essa presença,” o CEO José de Albuquerque disse ao Metro Quadrado

Jose de Albuquerque okFundada em 2003, a Azo chegou ao Rio só em 2021, em sua primeira expansão para fora de Campinas – e contrariando o passo mais óbvio, que seria investir em São Paulo. 

“Para nós, a vantagem de ser de Campinas é que chegamos ao Rio com uma visão mais limpa, de caipira que nunca viu praia na vida, sabe?” disse o CEO.

Antes de explorar o Rio, a Azo buscou oportunidades em São Paulo estudando 32 terrenos, mas percebeu que o mercado paulistano tem muita competição e uma legislação urbana “cheia de pegadinhas”. 

Já no Rio, a Azo encontrou uma legislação mais simples, estoque baixo, upside de preço, pouca concorrência e um lugar com demanda também de estrangeiros.

A conclusão: valia a pena ter um novo DDD. 

Os primeiros projetos foram prédios residenciais no Humaitá e na Barra – na beira da Lagoa da Tijuca – e um retrofit na Gávea, num prédio comercial que pertencia a Caetano Veloso e Paula Lavigne e foi convertido em residencial.

Mas foi a aquisição do A Noite que colocou o nome da empresa no mapa.

O prédio, que era da União, estava sem uso desde 2012, quando a Rádio Nacional saiu do local. Depois de comprar o A Noite em 2023 para transformá-lo em residencial, a Azo vendeu 97% das unidades – 447 apartamentos – para a Brookfield, mas segue responsável pela obra, além de manter 13 apartamentos no prédio.

Diferentemente dos outros projetos mapeados pela companhia, o A Noite chegou ao CEO da Azo por indicação de um ex-colega da gestora Valora, que não havia se interessado tanto pelo prédio mas acreditava que Albuquerque poderia gostar. 

Ao visitar o prédio e dar de cara com a vista para a Praça Mauá, o Museu do Amanhã, o Museu da Arte do Rio e a Baía de Guanabara, ele achou que o negócio não tinha risco de dar errado. 

Mesmo com a ligação de um amigo dizendo que a compra seria “a maior cagada de sua vida”, o CEO enviou a proposta no mesmo dia: R$ 36 milhões.

“Quando comecei a mergulhar no prédio e entender a sua história, aquilo passou a não ser mais um negócio imobiliário e sim uma responsabilidade urbana e histórica,” ele disse.

Embora esteja no Rio há apenas quatro anos, a Azo já tem a capital fluminense como o seu maior mercado, com R$ 800 milhões de VGV e expectativa de ultrapassar R$ 1,2 bilhão em breve. Em Campinas, os projetos somam cerca de R$ 450 milhões de VGV.

O CEO disse que a Azo está de olho em cinco empreendimentos no eixo entre o A Noite e a Lapa, e quer continuar atrelada ao desenvolvimento do Centro.

“Muitas oportunidades estão surgindo no Rio, e vemos que existe também uma possibilidade de upside de preço de venda na ponta final. Está dado que o mercado vai explodir no Rio,” disse.

“Daqui a uns três ou quatro anos, talvez haja uma possibilidade de voltarmos a olhar para São Paulo, mas, neste momento, só queremos o Rio.”

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