A incorporadora Fibra Experts – controlada pela CFL Participações, holding dos herdeiros de Eliezer Steinbruch, um dos fundadores do Grupo Vicunha – tem uma nova CEO.

A holding contratou a executiva Fernanda Fontes, uma ex-sócia da São Carlos Empreendimentos, a holding de ativos imobiliários do trio Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.

Fernanda está assumindo a cadeira depois de uma longa era em que a companhia foi comandada por Fernando Kenworthy, que ficou 17 anos no cargo.

A troca ocorre dois anos depois de a Fibra passar por uma mudança no seu controle.

Até o início de 2023, a principal acionista da incorporadora era a Rio Purus Participações, dos herdeiros de Mendel Steinbruch, irmão de Eliezer, com 55% do negócio, enquanto a CFL tinha os outros 45%.

Desde então, após uma reorganização dos ativos pelas famílias, a holding dos herdeiros de Eliezer tornou-se a única dona.

“A CFL tem uma visão muito mais moderna dos negócios de incorporação residencial do que o acionista anterior e está completamente alinhada à minha visão,” Fernanda disse ao Metro Quadrado.

Há 30 anos no mercado e também com passagem pela pela gestora de ativos imobiliários Arch Capital, ela disse que parte do seu desafio na função será dar tração aos negócios que são o core business da companhia, como a incorporação residencial, em especial na região Sudeste.

“O déficit habitacional ainda é muito grande no Brasil, ainda há muito espaço de atuação,” ela disse.

A incorporadora atua também em prédios corporativos e loteamentos. Ao todo, conta com nove empreendimentos em construção e outros três em fase de lançamento. 

A expectativa da nova CEO é lançar algo em torno de R$1 bilhão de VGV ao ano com os projetos na capital paulistana e as ações de urbanização no interior do estado.

Recentemente, a Fibra e a Brookfield concluíram a entrega dos lofts para locação do Passeio Paulista – um empreendimento de uso misto na Rua da Consolação.

Fernanda disse que o mercado imobiliário já está acostumado a atravessar períodos de juros altos, e que a profissionalização do setor ajuda a lidar com o custo de capital mais caro.

“Investir no Brasil não é tarefa fácil, mas eu sempre acredito que existem boas perspectivas e bons projetos, independentemente do ciclo do mercado,” ela disse. “Temos apenas que saber nos adequar à música.”