Falta pedreiro e sobra influencer, diz CEO da Eztec

Numa call com analistas sobre os resultados do primeiro trimestre, o CEO da Eztec, Silvio Zarzur, reclamou da dificuldade de achar mão de obra qualificada em São Paulo – e atribuiu o atraso em algumas obras a isso.
“As pessoas não querem mais trabalhar com obra. Querem ser influencer ou motoboy,” disse Zarzur.
O executivo disse que tem buscado soluções de tecnologia para diminuir a necessidade de mão de obra nos canteiros, industrializando mais o processo.
Os comentários de Zarzur ecoam uma reclamação que tem sido comum a todo o setor.
Executivos de incorporadoras têm dito que, se antes os filhos dos pedreiros se tornavam também pedreiros, agora há uma mudança estrutural em curso na economia, com o avanço da tecnologia, que os levam a buscar outras alternativas de empregos que exijam menos esforço físico, como ser motorista de Uber, entregador ou trabalhar com redes sociais.
Num artigo recente para o Metro Quadrado, os empresários Rubens Menin, da MRV, e Ricardo Gontijo, da Direcional, disseram que o aumento do valor do Bolsa Família para R$ 600 – ainda no governo Bolsonaro, e mantido por Lula – também tem dificultado a atração de operários, que estariam dando preferência a se manter com o benefício.