Governo fará aceno à classe média em nova proposta de crédito imobiliário

Governo fará aceno à classe média em nova proposta de crédito imobiliário
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O presidente Lula deve anunciar amanhã medidas para facilitar o financiamento imobiliário de famílias que ganham entre R$ 12 mil e R$ 20 mil mensais, como parte de uma proposta para redesenhar o modelo do crédito imobiliário do País, que tem sofrido com os resgates da poupança.

O anúncio será um novo aceno de Lula à classe média, a um ano da eleição, e meses depois de o governo ter subido o teto de renda de quem pode comprar imóveis pelo Minha Casa Minha Vida, ao criar a Faixa 4, para famílias que ganham até R$ 12 mil por mês.

Lula boopo

O spoiler foi dado pelo ministro da Cidades, Jader Filho, durante participação em evento da Abrainc em São Paulo.

Segundo ele, o governo identificou que essa população está desatendida pelas opções de financiamento imobiliário que existem hoje — e estão pressionadas pelos juros elevados.

“As alterações darão mais funding para que todas as famílias que queiram realizar o sonho da casa própria, não só as das classes mais baixas, encontrem um financiamento que caiba no bolso delas,” disse Filho.

O ministro indicou que o pacote de recursos a ser liberado amanhã deve vir do compulsório da poupança — cuja extinção é um pleito antigo do setor e do próprio político. 

“Sempre cobramos do BC a liberação do compulsório. Com a chegada do Galípolo, conseguimos abrir essa discussão e agora estamos chegando à conclusão dela com esse lançamento.”

O ministro — que participará de uma coletiva amanhã com Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para detalhar as medidas — não disse se o compulsório terá um percentual menor ou será extinto de vez.

Mas antecipou que a mudança será gradual e não visa apenas uma injeção de recursos de curto prazo. “Haverá uma transição de dez anos. Ou seja, trará um volume de recurso importante para o mercado nos próximos anos.”

A expectativa do governo é que os recursos liberados possibilitem o financiamento de 80 mil novos imóveis apenas na Caixa Econômica Federal.

Filho afirmou ainda que o governo prevê que o orçamento do FGTS – a fonte de funding mais tradicional do setor – seja de cerca de R$ 150 bilhões para a habitação no próximo ano.

Apesar do foco na classe média nas comunicações recentes, a nova política não estará limitada ao segmento, atendendo a todas as classes de renda de acordo com o apetite das incorporadoras.

Uma atualização nos limites de renda e no teto dos imóveis das três primeiras faixas do programa Minha Casa Minha também é um pleito do setor. E, segundo Jader Filho, o governo prepara medidas nesse sentido a serem anunciadas ainda neste ano.

“Estamos estudando conjuntamente com a Abrainc e é provável que façamos também um ajuste no teto da renda,” disse Filho.

Já a mudança no teto dos imóveis não deve ser geral, mas limitada a algumas regiões do País.

“São alguns arranjos populacionais em que nós identificamos que existe a necessidade do aumento, porque [o teto] está limitando que as famílias alcancem o financiamento.”

De acordo com o ministro, os arranjos em questão já foram definidos e o governo vai tratar do tema nas próximas semanas.

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