No Rio, Henrique Blecher volta aos estúdios – e vai recomeçar por Botafogo

Henrique Blecher, o primeiro incorporador a apostar em prédios de estúdios na Zona Sul do Rio, está de volta ao segmento.
Depois de anos dedicados apenas a apartamentos espaçosos na incorporadora de alto padrão que fundou em 2023, a ARKT (antiga Origem), ele escolheu o bairro de Botafogo para retornar aos compactos.
“Botafogo tem uma escassez enorme de estúdios, porque o bairro tem uma legislação muito restritiva com relação à ocupação e ao adensamento,” Blecher disse ao Metro Quadrado.
O primeiro empreendimento dele em Botafogo será erguido em um terreno de 780 m², na Rua Voluntários da Pátria.
O projeto será construído preservando uma casa tombada que há no terreno – uma alternativa que tem surgido no bairro para superar a escassez de espaço. A casa será convertida em uma galeria de arte.
O VGV estimado do empreendimento é de R$ 70 milhões – e os estúdios variam de 21 m² a 37 m². Se quiserem, os compradores podem juntar até três unidades para ter apartamentos maiores, de 69 m² e 99 m². A depender das combinações, o total de unidades pode chegar a 78.
Botafogo é uma aposta para compactos também porque concentra escritórios e está entre o Centro e o eixo Copacabana–Leblon, o que atrai pessoas que trabalham no Centro e estudam em universidades próximas como PUC, FGV, Ibmec e Estácio.
Além disso, os apartamentos menores vêm ganhando força no Brasil como produto de renda e de ocupação urbana.
Enquanto São Paulo já discute se a oferta de estúdios está excessiva — principalmente entre as unidades voltadas para o short stay –, o Rio sofre por ter poucos terrenos para novos projetos.
Ainda assim, os lançamentos de compactos têm crescido na capital fluminense. Foram 1,6 mil unidades no primeiro semestre de 2025, duas vezes o volume do primeiro semestre de 2024, segundo dados da consultoria Brain.
Blecher foi o primeiro incorporador a lançar estúdios na Zona Sul depois da mudança na legislação de 2019, que passou a permitir apartamentos mais compactos.
Ele ainda estava na Bait, a empresa que fundou em 2017 e que cinco anos depois foi adquirida pela Gafisa.
Depois da venda, Blecher criou a Origem (que mudou de nome para ARKT no mês passado), e a empresa agora abriga a marca MO.dO, criada para ser a linha de unidades menores.
A MO.dO quer ser uma marca replicável, e Blecher já está mapeando imóveis para levar o produto para Copacabana e o Centro.
“O Centro do Rio tem um tempo para maturar e para se reposicionar e reconstruir sua identidade. E eu quero fazer parte disso na minha cidade,” disse ele.







