O ‘test drive’ para comprar imóveis está virando moda nos EUA

Como quem vai a uma concessionária em busca de um carro novo, os americanos estão pedindo para fazer um “test drive” do imóvel antes de comprá-lo.
A prática vem ganhando força no mercado, impulsionada pela alta dos preços e a dificuldade de encontrar propriedades para fechar contratos.
Até pouco tempo atrás, esse tipo de pedido era restrito ao mercado imobiliário de luxo. Agora, a tendência começa a aparecer também em transações mais modestas.
Além das visitas de praxe, os interessados agora querem “sentir” o imóvel, passar um tempo na propriedade, utilizar as áreas de lazer e até avaliar eventuais reformas.
O empresário Eric Albert anunciou sua residência por US$ 60 milhões, na Califórnia, e, atendendo ao pedido de um casal de potenciais compradores, alugou o imóvel por US$ 250 mil por dois meses.
O casal acabou não fechando negócio. “Por esse preço, você deveria experimentar antes de comprar. É uma decisão inteligente,” ele disse ao The Wall Street Journal.
Ainda que esse tipo de pedido tenha ganhado força, há quem seja veementemente contra a prática.
A corretora de imóveis Ruthie Assouline, de Nova York, é uma das profissionais que rejeitam a ideia. Ela mesma teve uma experiência negativa ao atender a solicitação de um comprador anos atrás. “Na teoria, eu entendo, mas é uma caixa de Pandora em termos de responsabilidades,” disse ao WSJ.
Enquanto nos EUA a novidade pode causar surpresa, no Brasil o mercado já está acostumado a atender pedidos pouco usuais antes da assinatura do cheque e do contrato.
“Para vender um imóvel de luxo no Brasil você precisa cortejar o cliente, levá-lo para visitar a casa, colocá-lo para jantar ali e apresentá-lo ao proprietário,” disse um broker de São Paulo.