Tecnisa troca joia da coroa por endividamento menor com venda para Cyrela

Tecnisa troca joia da coroa por endividamento menor com venda para Cyrela
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A Tecnisa, que anunciou a venda de sete terrenos do Jardim das Perdizes para a Cyrela em um acordo que pode chegar a R$ 510 milhões, está encarando o negócio como um caminho para recuperar o seu fôlego.

A companhia vai reduzir o endividamento em 75% após a transação, que além dos terrenos inclui CEPACs ligados ao Jardim das Perdizes — bairro planejado que é o maior projeto da Tecnisa.

“É melhor abrir mão de um pedaço da nossa joia da coroa para fazer dinheiro rapidamente e praticamente liquidar a dívida corporativa,” o CEO Fernando Perez disse ao Metro Quadrado.

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O acordo foi fechado por R$ 450 milhões e inclui a possibilidade de um earn-out de R$ 60 milhões a depender do desempenho dos futuros projetos, elevando o total para R$ 510 milhões. 

Considerando a fatia da Tecnisa no negócio, que é de 52%, a companhia deve receber até R$ 265 milhões após a conclusão do negócio e utilizar o dinheiro para diminuir drasticamente a alavancagem.

A dívida líquida corporativa da empresa, de cerca de R$ 370 milhões, será reduzida para R$ 105 milhões, disse o CEO. Só neste ano a Tecnisa tem que pagar R$ 60 milhões em dívidas e R$ 100 milhões em juros.

A perspectiva de fôlego para a saúde financeira da empresa foi bem recebida pelo mercado. As ações da Tecnisa saltaram 41% ontem e devolvem apenas uma pequena parte dos ganhos hoje, operando em queda de 2,9% e cotadas em R$ 1,67 por volta das 14h.

A queda no endividamento também abre espaço para que a companhia possa focar em concluir as obras já em andamento e prospectar novos empreendimentos.

“O Jardim das Perdizes ficou parado oito anos. Agora que ele está equacionado, vamos olhar oportunidades e tocar a vida para frente,” disse o CEO.

Os canteiros incluem cinco projetos no próprio Jardim das Perdizes que somam mais de R$ 1 bilhão em VGV. Dois deles têm entrega prevista para o início do próximo ano, enquanto os outros três ainda estão no início das obras. 

A incorporadora também ficou com um último terreno no bairro planejado que tem vocação comercial e deve receber uma torre corporativa. 

“Esse terreno não entrou no negócio e devemos rapidamente desenvolver alguma coisa por lá.” O VGV potencial vai de R$ 300 milhões a R$ 600 milhões, a depender das características do projeto ainda não desenhado.

Fora da média e alta renda, a companhia também pode intensificar a atuação no mercado do Minha Casa Minha Vida. A Tecnisa já lançou três projetos por meio da marca Tencasa em parceria com outras incorporadoras mais experientes no segmento, incluindo a Plano&Plano.

“Nós queremos aprender, então vamos continuar com as parcerias. Mas agora com um fôlego maior,” disse Perez.

A Tecnisa vale R$ 122,9 milhões na Bolsa.

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