Tenda tem receita e EBITDA recordes e vai acelerar lançamentos

Tenda tem receita e EBITDA recordes e vai acelerar lançamentos
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Impulsionada pelo bom momento macro e micro no segmento econômico, a Tenda teve mais um trimestre de recordes nos indicadores financeiros e deve acelerar os lançamentos nos próximos meses.

A receita líquida foi de R$ 1,1 bilhão, a maior cifra já registrada pela companhia. O resultado é 24,5% superior ao do terceiro trimestre do ano passado e corresponde às expectativas do consenso de mercado.

O EBITDA ajustado também ficou no maior patamar da história da incorporadora ao subir 24% na mesma base de comparação e alcançar os R$ 187 milhões.

O CFO Luiz Mauricio Garcia atribui o crescimento a uma combinação entre fatores macro — a inflação menor, o desemprego baixo e a massa salarial crescendo — e microeconômicos.

“O Minha Casa Minha Vida está indo muito bem e os programas estaduais de cheques, apesar de terem as suas oscilações naturais, também estão presentes,” Garcia disse ao Metro Quadrado.

O lucro líquido de R$ 111,7 milhões também alcançou o consenso e subiu 46,6% na base anual. Mas recuou 45,2% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. 

Garcia afirma que a queda se deve a um impacto financeiro da base de comparação, que foi positivamente afetada por operações de swap com ações da companhia.

“Como a ação subiu muito ao longo do segundo tri, tivemos um ganho financeiro muito grande. Mas o que melhor reflete a operação é o lucro recorrente, que cresce de forma consistente tri a tri.”

A Tenda caminha para bater o guidance deste ano, ainda segundo o CFO.

A meta é ficar entre R$ 360 milhões e R$ 400 milhões no bottom line. O acumulado em nove meses é de R$ 401 milhões — mas cai para R$ 254,2 milhões se desconsiderado o efeito dos ganhos com swap.

“A mera continuidade dessa tendência de resultado recorrente já nos coloca bem próximo ao piso do guidance.”

Já no quesito operacional, a Tenda lançou R$ 1,5 bilhão neste trimestre e pretende pisar no acelerador no próximo. A companhia pode se aproximar do patamar dos R$ 6 bilhões neste ano, o que exige um VGV de cerca de R$ 2,4 bilhões no próximo tri.

A incorporadora deve fazer nos próximos meses o seu primeiro lançamento em João Pessoa, na Paraíba, e retomar as operações em Curitiba após quatro anos sem lançar na capital do Paraná.

“Isso é possível graças à readequação do plano diretor da cidade, que antigamente era muito restritivo para a habitação popular e agora traz mais flexibilidade.”

O CFO afirma que as mudanças viabilizaram lançamentos na região central da cidade, que é mais atrativa para a incorporadora e para os compradores pela infraestrutura de transporte e coeficiente maior de aproveitamento dos terrenos.

Outra expectativa da gestão é colocar a Tenda em “rota de geração de caixa” nos próximos trimestres. A companhia gerou R$ 77,2 milhões no terceiro trimestre, excluindo a recompra de ações e um aumento de capital na Alea, a operação de casas pré-moldadas.

“A geração de caixa sempre tem alguma volatilidade no nosso segmento pelas oscilações de volume de lançamento e entregas. Mas enxergamos uma tendência de melhora até o ano que vem.”

Já a Alea deve seguir como a pedra no sapato do balanço por mais algum tempo.

O negócio voltou a reportar prejuízo líquido, com R$ 34,8 milhões negativos, e a expectativa para atingir o breakeven, que estava em 2026 no trimestre anterior, passou para 2027.

Após perceber que errou ao espalhar demais a operação antes de consolidar as praças iniciais, a Tenda colocou o pé no freio da Alea e vai focar em apenas três regiões no estado de São Paulo e na verticalização do negócio.

Mas Garcia diz que parte das construções já em andamento ainda seguirão no modelo terceirizado e por isso o breakeven foi adiado.

“Não há tempo hábil para fazermos toda essa transição em 2026.”

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