Tenda volta a Curitiba com plano de lançar R$ 1 bi

A Tenda está retomando os lançamentos em Curitiba após quatro anos sem desenvolver novos produtos para a capital paranaense.
A companhia vai investir R$ 485 milhões para lançar 4 mil unidades na cidade nos próximos quatro anos. O VGV estimado é de R$ 1 bilhão.
O primeiro projeto foi viabilizado por meio de um convênio com a Prefeitura e contempla 360 apartamentos populares no bairro de Uberaba.
O empreendimento está enquadrado no Casa Curitibana, o programa de cheques municipal, e será destinado a famílias com renda superior a R$ 2.850 mensais que estão na fila da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab).
As famílias receberão subsídios de R$ 10 mil do município e R$ 20 mil do estado e isenção de ITBI. Já a Tenda será beneficiada com isenções fiscais e parâmetros urbanísticos especiais.
O fortalecimento do programa de subsídios regionais é um dos fatores que tornou a praça atrativa novamente para a Tenda, segundo o diretor regional da construtora no Sul, Weliton Costa.
Os cheques se somam aos subsídios já previstos no programa federal, o Minha Casa Minha Vida, para reduzir ou zerar a entrada dos imóveis e diminuir o valor das parcelas — os principais entraves para o público de baixa renda.
Outro fator importante por trás da retomada em Curitiba é a readequação do plano diretor da cidade, que antes era restritivo para a habitação popular e provocou uma queda drástica na atividade do segmento.
Dados da Brain mostram um descasamento da oferta: enquanto a demanda do MCMV é de 7 mil unidades por ano, o mercado lançou 7,3 mil unidades no total entre 2017 e 2024.
A própria Tenda tocou 10 projetos entre 2017 e 2021, um volume considerado pequeno pela companhia.
“Não foi por falta de energia e nem de demanda. Nenhuma outra empresa conseguiu aplicar um volume alto em Curitiba por conta do ambiente regulatório,” disse Costa.
Segundo a Tenda, a situação mudou quando Eduardo Pimentel (PSD) assumiu a Prefeitura em 2025 e anunciou ao mercado que iria lançar 20 mil unidades durante sua gestão.
Para cumprir a meta, a gestão criou uma série de incentivos, incluindo regras de potencial construtivo diferenciadas, isenção de outorga e isenção ou redução de vagas para habitações de interesse social.
Com isso, a Tenda se movimentou para comprar terrenos e diz que a maior parte do volume necessário para lançar as 4 mil unidades previstas para os próximos anos já está dentro de casa.
Cerca de 90% desse landbank está concentrado na capital. A incorporadora também tem terrenos em Araucária, na região metropolitana.
A Tenda gostaria ainda de estender a atuação para São José dos Pinhais, também na região metropolitana, mas Costa diz que regras de contrapartida urbanísticas inviabilizam os projetos por enquanto.
A situação é similar à do estado onde a Tenda foi fundada, Minas Gerais, no qual a incorporadora estuda voltar a atuar, depois de sete anos sem lançamentos.
“Apesar de ser o berço de várias companhias do MCMV, como a própria Tenda, Direcional e MRV, Minas tem uma dificuldade de normas urbanísticas muito parecida com a que existia em Curitiba,” disse Costa.
Segundo o diretor, que também é responsável pela regional mineira, a companhia trabalha para fazer uma retomada sólida por lá, mas considera que o estado ainda está um ano ou dois atrás de Curitiba em relação ao nível de amadurecimento da operação.
“Conversamos bastante com o estado e já começamos a colher algumas vitórias urbanísticas. Mas, neste momento, estamos apenas buscando terrenos nas praças e legalizando os projetos nas prefeituras.”







