Terreno que abriga sede do GPA terá multiuso de luxo nos Jardins

Terreno que abriga sede do GPA terá multiuso de luxo nos Jardins
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Está faltando terreno nos Jardins.

Tanto que a incorporadora Yuny recorreu a um pedaço do terreno que abriga a sede do GPA em São Paulo para conseguir emplacar um novo projeto residencial de alto padrão.

No encontro da Avenida Brigadeiro Luís Antônio com a Alameda Lorena, a empresa vai erguer três torres residenciais e uma multiuso, em uma área de 5,4 mil metros quadrados e VGV estimado de R$ 700 milhões.

Marcelo Yunes ok“A escassez de terreno hoje na cidade é uma coisa brutal, e esse é um terreno único. A nossa busca sempre é por projetos emblemáticos, mas que começam com a localização,” o CEO Marcelo Yunes disse ao Metro Quadrado.

O terreno que vai abrigar o condomínio Quaddra Lorena foi comprado pela incorporadora em 2024 por R$ 125 milhões, em meio ao processo de reestruturação de ativos e desalavancagem do GPA, que fatiou e vendeu a gleba de 11 mil m² a dois compradores.

Outra parte do terreno, onde fica a sede do GPA, foi vendida ao fundo imobiliário Tellus Properties por R$ 327 milhões, entre aquisição e um contrato de sales and leaseback de 15 anos.

Uma terceira porção segue na carteira imobiliária do GPA e abriga a primeira unidade do Pão de Açúcar, fundada, em 1959, pelo empresário Valentim dos Santos Diniz, pai de Abílio Diniz.

O projeto da Yuny teve um investimento de R$ 300 milhões — entre incorporação e construção – e é assinado pelo escritório aflalo/gasperini Arquitetos Associados.

As três torres residenciais terão 56 apartamentos no total, em plantas de 285 m², 372 m² e 713 m² — com preços entre R$ 9 milhões e R$ 15 milhões.

Cada comprador levará, junto ao apartamento, um espaço de 15 m² em uma quarta torre, não residencial e de uso misto, que poderá ser usado pelo morador como escritório ou qualquer outra finalidade comercial.

Essa estratégia vem sendo adotada por incorporadoras em São Paulo como forma de ampliar a área construída dos terrenos, com um incentivo do Plano Diretor.

Em determinadas zonas definidas pelo Plano Diretor, a incorporação de projetos de uso misto e com fachadas ativas permite aumentar o número de pavimentos, o coeficiente de aproveitamento do terreno e, em alguns casos, reduzir as exigências quanto ao número de vagas de garagem.

Na fachada ativa do Quaddra Lorena, já está certo que haverá uma loja e um café da Track & Field.

No acesso pela Alameda Lorena, uma segunda frente da fachada ativa — com cerca de 1 mil m² — ainda não foi alugada nem vendida. “Nós somos bastante seletivos. Por isso, não temos pressa em negociar,” disse o CEO.

O projeto Quaddra Lorena faz também parte do esforço da companhia para reduzir a alavancagem.

A Yuny encerrou 2024 com uma taxa de 239% de dívida líquida sobre patrimônio líquido — que inclui R$ 150 milhões relacionados a financiamento de obras —, mesmo após a amortização de R$ 69 milhões em CRIs emitidos pela empresa, que reduziu em dois terços a sua dívida.

O endividamento da empresa atingiu esse patamar após a gestão priorizar o financiamento via dívida depois de anos recorrendo ao equity de fundos.

Ainda em 2025, a Yuny pretende lançar no mercado cerca de R$ 1,5 bilhão em VGV, com três novos projetos.

Segundo o CEO, a expectativa da companhia é chegar a lançamentos anuais na casa dos R$ 2 bilhões. O foco da companhia tem sido na região do Itaim Bibi e adjacências. 

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